domingo, 1 de setembro de 2019

Filme – “Vermelho Sol” – a visita à “casa abandonada”; marcas de violência e de um passado em família; um casal perseguido por motivação política; conflitos sociais na Argentina às vésperas do golpe de 1976; implicações com a trupe de dançarinos/cowboys norte-americanos; interventor na província, acerto com os norte-americanos e significativa troca de presentes

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/08/filme-vermelho-sol-respeito-de-paula.html antes de ler esta postagem:

Vivas levou Cláudio à casa que pretendia adquirir... Para ele, o amigo precisava se convencer de que valia a pena forjar documentos, pois não seria difícil concluir que o belo imóvel estava à disposição da falsa negociação.
Como vimos anteriormente, o tipo estava obcecado pela casa e esperava mostrar ao doutor que não era sem justificada razão. Além disso, o amigo teria a garantia de que seria bem pago pelo “serviço ilegal”. É claro que ficaria por sua conta arranjar um “laranja” que se passasse por vendedor.
(...)
Os dois entraram na casa... Como não podia deixar de ser, o ambiente estava caótico. Obviamente a energia elétrica estava desligada, mas Cláudio pôde notar que móveis, eletrodomésticos e utensílios diversos tinham sido surrupiados dali.
Ao subir a escada, notou marcas de sangue nas paredes... Pelas marcas, era possível concluir que pessoas gravemente feridas passaram por aqueles degraus... O local foi palco de cenas de muita violência.
Isso apavorou o advogado, mas ele nada falou ao amigo Vivas, que estava em outra parte da casa. Chegou a uma mesa e vasculhou gavetas... Encontrou várias fotografias de pessoas que bem podiam pertencer à mesma família... Certamente algumas delas deviam ter morado ali.
Não sabemos o que Cláudio pensou... Subitamente foi interrompido em suas divagações pelo Vivas, que apareceu chamando-o para a parte externa, onde havia o vasto quintal.
(...)
Uma senhora estava acomodada em uma cadeira...
De fato, a área era bem ampla e o gramado a tornava muito agradável. A mulher mostrava-se tranquila e aproveitava a luz e o calor do sol. Vivas quis saber o que ela tinha a dizer sobre a casa e se conhecia os moradores... Ela elogiou o imóvel e disse que apenas de vista conhecia o casal... Parece que se meteram em política e “desapareceram”... Os filhos eram loirinhos, umas gracinhas...
A mulher deu a entender que estava reconhecendo o Vivas... Ele confirmou que era morador da vizinhança.
(...)
A cena acaba por aí... Vivas e Cláudio tiraram suas conclusões... Nós que assistimos ao filme também podemos compreender o que aconteceu. O casal que vivia naquela casa com os filhos foi perseguido devido às suas convicções políticas.
O país estava vivendo as vésperas do golpe militar que viria a depor Isabelita Perón (Maria Estela Martinez de Perón)... Por toda parte viam-se grupos que atuavam contra militantes dos movimentos sociais, sobretudo estudantes, intelectuais e sindicalistas. Como se pode depreender, agiam com violência e defendiam o alinhamento com os Estados Unidos.

(...)

Os meios de comunicação noticiavam a respeito das dificuldades que uns atores dançarinos/cowboys norte-americanos estavam enfrentando para desembarcar na província argentina, onde estavam previstos alguns espetáculos.
Ao que tudo indica, os administradores políticos locais colocavam empecilhos burocráticos que impossibilitavam a turnê... Todavia o presidente da província foi deposto e em seu lugar passou a atuar um interventor.
Assistimos a esse interventor recebendo os dançarinos/cowboys... Ele os acolhe festivamente. Em cerimônia reservada presenteia-os com a cuia e o mate típicos dos argentinos. Vemos que os gringos se mostram desajeitados com o presente. O interventor quer se mostrar simpático e ensina um pouco sobre a cultura de seu país.
O líder dançarino/cowboy também trouxe um presente para o chefe político da província... Trata-se de um chicote de vaqueiro que pertencia ao seu pai.
Certamente o interventor não terá dificuldade para entender o manuseio da peça.
O noticiário repercute o “final feliz”... Enfim todos conhecerão o espetáculo tido por imperdível. Os argentinos verão que, mais que um show artístico, trata-se de uma celebração da amizade entre os dois países.
(...)
Repórteres os aguardam... Alguns deles querem saber a opinião do interventor sobre as recentes mudanças políticas. O povo está aprovando? Está feliz?
O interventor responde que tem certeza de que sim.
Não por acaso, agora ele tem um chicote.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas