quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Filme – “Vermelho Sol” – um final; Sinclair tirou suas conclusões e convidou Cláudio para uma visita ao deserto; desabafos e desalentos; emergindo do drama; uma peruca antes do balé; um discurso sobre a triste intolerância entre os filhos da pátria; iminência de golpe

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/09/filme-vermelho-sol-sociedade-eclipsada.html antes de ler esta postagem:

O doutor Cláudio retornou à sua pacata cidade... Como não podia deixar de ser, tudo prosseguiu como o costumeiro. O único senão era a incômoda presença do detetive Sinclair, que continuava investigando o desaparecimento do Hippie, sobrinho da Mabel, a esposa do felizardo Vivas.
Lembrando tipos clássicos como Sherlock Holmes e o Columbo da antiga série para a televisão, Sinclair adotava um método que só podia resultar em muita irritação aos principais suspeitos. No caso, Cláudio era quem ele considerava o mais implicado. E por isso o encurralou sem dar a entender que estivesse completamente convencido. Obviamente isso ainda mais irritava ao renomado advogado.
(...)
O detetive chileno o procurou... Primeiro sustentou que o mistério estava sendo solucionado... Depois insistiu com o advogado que precisava fazer um passeio com ele. Disse que gostaria que o levasse pela estrada que passa pelo deserto. Cláudio desconversou e garantiu que não havia nenhum atrativo na localidade, mas Sinclair foi taxativo e mais uma vez insistiu que era para o deserto que precisava ir com o doutor, afinal faltava pouco para concluir o caso do Hippie.
A persistência do investigador era mesmo de incomodar... Ainda mais ao Cláudio que sabia de sua culpa, e tudo indicava que o Sinclair havia descoberto toda a trama.
(...)
O doutor pediu para Sinclair aguardá-lo... Deu a desculpa de que precisava se arrumar e apartou-se do tira. Depois fechou a porta do escritório e tirou uma arma da gaveta, guardando-a no bolso do paletó.
É claro que Cláudio concluiu que deveria assassinar Sinclair. Entendeu que o caso renderia um processo. Poderia se defender, mas sua condição de notória personalidade seria abalada... E o que dizer da relação com Vivas e Mabel? E como reagiria Susana?
Sim. Chegara a uma situação em que não podia vacilar. Não havia retorno... Certamente pensava em tudo isso enquanto dirigia. Assim que o outro pedisse para parar o carro, resolveria de uma vez por todas o seu drama pessoal.
(...)
Demorou, mas Sinclair pediu e o doutor saiu da estrada para parar o veículo... O investigador esperou que se afastassem consideravelmente da cidade, mas o sítio escolhido foi aleatório... Queria conversar com o suspeito.
Ele disse que sabia que o rapaz estava morto... E sabia que Cláudio o transportara para o deserto. Ao primeiro movimento da mão do doutor na direção do bolso, Sinclair já entendeu suas intenções e pediu que lhe entregasse a arma.
Explicou que Cláudio era muito conhecido e respeitado na cidade... Obviamente, durante a investigação, várias testemunhas relataram sobre os episódios do restaurante... Sabia-se que o Hippie o aguardara na saída e que houve tiros... Também o pessoal do hospital local dera informações sobre sua visita. Era evidente que o moço tinha sido ferido, todavia não deu entrada em nenhum hospital de cidades vizinhas. Para Sinclair estava claro que foi Cláudio quem deu um fim ao Hippie. Muito provavelmente o abandonara em algum ponto daquele imenso deserto. Mais do que isso não podia afirmar...
Ouvir todas aquelas evidências foi demais para Cláudio... Aos prantos tentou se justificar dizendo que o rapaz o agredira no restaurante e também na saída. Disse também que o Hippie atentou contra a própria vida, mas foi interrompido por Sinclair que estranhou o choro. Na sequência, o detetive passou a proferir um emocionado discurso sobre as aberrações que estavam ocorrendo cada vez mais frequentemente na sociedade. Emocionado, emendou que o futuro era algo desesperador... Que tipo de realidade viveriam, sem Deus e respeito aos semelhantes?
Por fim, esclareceu que estava de partida para o Chile... Nenhum processo seria aberto... O Hippie se tornaria um número entre outros tantos cidadãos que estavam desaparecendo sem qualquer certidão oficial.
(...)
Chegamos ao final...
Sinclair retornou ao seu país, onde certamente a sociedade vinha vivenciando atrocidades semelhantes às do país vizinho. Afinal, em 1973 ocorreu o golpe militar no Chile...
Vemos Cláudio em sua casa... Susana está acabando de se arrumar e pede ao marido que faça o mesmo, pois a noite era de estreia do balé de Paula. O doutor estava pensativo em sua cama... Talvez refletisse sobre o desfecho do caso investigado e também sobre as últimas palavras do detetive Sinclair.
Não mencionamos aqui... Cláudio era careca... Trata-se do tipo que aparece na “colagem” dessas postagens. Assim que se levantou, se vestiu elegantemente e resolveu colocar uma peruca. Trata-se de um Cláudio “transformado”, envergonhado ou apenas “disfarçado”?
(...)
Antes de o espetáculo começar, a professora dos bailarinos fez um breve discurso sobre a divisão que passou a macular a sociedade... Por motivações políticas, “irmãos vinham perseguindo e eliminando uns aos outros”... A apresentação que assistiriam tinha uma mensagem de união e tolerância.
Alguém na plateia comentou ao ouvido do Claudio “emperucado” que um golpe de Estado estava sendo tramado.
(...)
Essa foi a última postagem sobre “Vermelho Sol”, filme dirigido por Benjamim Naishtat.
Assista ao filme, reflita sobre o enredo, tire suas conclusões e confronte-as com as que aqui foram expostas.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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