segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Filme – “Vermelho Sol” – a sociedade “eclipsada”; o disparo acidental no vestiário do clube; Cláudio envolve o pobre cliente do interminável processo e indenização improvável na fraude que permitiu ao Vivas adquirir a casa que pertencia às vítimas da perseguição política; noite de diversão do Santiago com os amigos playboys

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/09/filme-vermelho-sol-mais-cuidado-com-as.html antes de ler esta postagem:

O eclipse... O vermelho sol...
Não é possível que as investigações conduzidas por Sinclair cheguem a prejudicar o conceituado doutor Cláudio. Quem poderia pensar o contrário?
Aliás, os que sempre estiveram no controle parecem se sentir mais à vontade para manter sua condição conforme a sociedade segue “eclipsada”.
Sempre há alguém que conhecia um ou outro que militava num sindicato ou demais movimentos sociais... Os que poderiam incomodar estão desaparecendo cada vez em maior número! Logo os boatos sobre corpos largados pelo deserto chegam aos ouvidos de todos.
Homens de bem como o doutor Cláudio não têm motivos para se preocupar... Seu ofício o torna conhecedor das leis que legitimam o Estado de Direito, mas de sua boca não sai nenhum comentário a respeito dos desaparecimentos políticos.
(...)
Todavia devemos considerar que em seu íntimo o doutor sabia que as coisas não estavam tão bem... Havia o Sinclair que pretendia conversar...
E não é só isso. A realidade provinciana não estava de modo algum apartada do conflito político que agitava o país. Quem poderia dizer que o estranho do restaurante da fatídica noite fosse um jovem parente da Mabel envolvido no contexto de resistência?
Certo dia, após a costumeira partida de tênis no clube, enquanto se trocavam no vestiário, os sócios se assustaram com o disparo acidental do rifle sempre bem cuidado pelo tipo que se colocava a um canto... O susto levou o doutor Cláudio a conferir se algo de mais grave havia ocorrido... O homem o sossegou, estava tudo bem.
Mas por que será que aquele tipo era tão zeloso no trato daquela arma? Talvez ele a mantivesse sempre em ordem porque esperava ter de utilizá-la a qualquer momento... Contra quem?
(...)
Mas não é que vemos novamente em cena o pobre homem que havia contratado os serviços do doutor Cláudio para defendê-lo no interminável processo de indenização trabalhista?
O vemos a assinar uns papéis no escritório de Cláudio... Há um outro tipo ao seu lado... O pobre homem recebe um envelope e na sequência cumprimenta o doutor. Não podemos nos enganar. O que ocorreu ali nada tem a ver com a indenização! Na verdade, o advogado deu um jeito de envolver o cliente desesperado no negócio da fraudulenta aquisição da casa pelo Vivas. O pobre homem entrou como “laranja” e recebeu uma quantia em dinheiro que lhe vinha em boa hora.
Evidentemente se algum dia o caso fosse descoberto, o pobre homem é que seria acusado como fraudador.
(...)
Noutra cena vemos o Santiago, o namoradinho enciumado da Paula.
Gostava da filha do doutor e o relacionamento era promissor. Mas o rapaz andava frustrado com o relacionamento travado... E tudo piorou depois que, mesmo à distância, passou a entender que os ensaios do balé proporcionavam um envolvimento de Paula com outro jovem.
Santiago estava disposto a descobrir o que havia de verdade em suas suspeitas... E numa noite em que curtia com os amigos passeando de carro pela cidade teve a oportunidade ideal. Ouviam música, certamente haviam bebido e passavam o tempo provocando as garotas do caminho.
Ele notou que um tipo que fazia parte do círculo de amizade do parceiro de balé da Paula estava caminhando sozinho pela calçada... Então pediu para o que estava dirigindo o carro encostar. De dentro do veículo fez as perguntas sobre o relacionamento de Paula com o bailarino, quis saber se ela transava com o rapaz.
O tipo amigo do bailarino mostrou-se irritado, já que por mais de uma vez a inquirição foi feita... Disse que não sabia e que era melhor Santiago perguntar, ele mesmo, ao outro. Onde já se viu, um namorado playboy desconfiando que a parceira transava com outro e ainda saía por aí expondo o caso?
Santiago dispensou o tipo... Mas o caso não se encerrou assim. É que mais à frente, o jovem que dirigia o carro resolveu manobrar o veículo e voltar até onde haviam deixado o amigo do bailarino. Ele orientou o Santiago a pedir-lhe desculpas e a oferecer-lhe uma carona.
As intenções do rapaz não eram nada boas... Para ele, o tipo tinha sido abusado. Como ousara falar daquela maneira com o Santiago? O tipo não passava de um pobretão! Eles pertenciam a outra classe e estavam em quatro no carro!
No final da cena vemos os moços conseguindo convencer o rapaz... Eles se sentem no direito de abatê-lo...
A sociedade segue “eclipsada”.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas