Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_7.html antes
de ler esta postagem:
Pela manhã, Psique
estava mais animada e preparou-se para a nova prova... No próprio celeiro
encontrou a cesta com as ferramentas necessárias à tosquia. No caminho para o
pasto pôde notar que o Sol fazia reluzir a lã de ouro dos carneiros.
A princesa sentia-se de tal modo confiante que manifestou a sua
segurança em relação à tarefa... De repente, próxima do rio, foi interrompida
por uma voz que lhe fez uma advertência... Chamando-a pelo nome, avisou que não
deveria contar com tanta facilidade... Ela se assustou e ficou sabendo que a
voz era de Poseidon, o deus das Águas.
Os dois tiveram uma breve
conversa que serviu para esclarecer que o nome de Psique já era bem conhecido e
que todos sabiam de sua luta para casar-se com Eros... O deus das Águas conferiu
sua beleza e sentenciou que, de fato, a beleza de Psique estava mesmo à altura
de causar encanto ao deus do Amor.
Poseidon estava ali exatamente para conhecê-la...
Disse que se sensibilizou com a perseguição injusta promovida por Afrodite, e
que poderia ajudá-la a realizar a tarefa com os carneiros.
Ele explicou que aqueles animais eram muitos diferentes dos que Psique
conhecia... Esclareceu que seus dentes e chifres eram afiados... Eles eram
muito violentos e podiam matar com facilidade qualquer pessoa que deles se
aproximasse.
Psique não podia entender por que reagiriam daquela
forma... Ela não pretendia fazer-lhes mal! Poseidon disse que eles não
aceitariam a tosquia, e que todos os que se dispuseram a essa tarefa acabaram
devorados, ou “foram mortalmente feridos”.
Poseidon sugeriu que depois que o Sol se põe os animais se tornam menos
agressivos e dormem profundamente... Seria, então, a ocasião ideal para se “apanhar
a lã que fica grudada nos arbustos”...
Psique acomodou-se nas proximidades do pasto e conseguiu ouvir a
conversa dos animais... De um modo geral, manifestavam o seu mau humor em
relação a tudo (comer grama como os demais carneiros; o calor era demais...). Nada
os agradava e todos expressavam “balidos de irritação”... A própria discussão
os irritava e isso os levava a querer dar mordidas e patadas... Ficaram
indispostos por todo o tempo enquanto repetiam seu estado de insatisfação com
tudo... Isso ocorria indefinidamente...
Aconteceu que se cansaram e trataram de cochilar. Psique sentiu que era
o momento adequado para tosquiá-los... Poseidon fez nova advertência garantindo
que eles ainda estavam muito irritados, apenas descansavam e, dessa forma,
poderiam atacá-la a qualquer instante...
Psique não entendia os
motivos de tanta agressividade, pois o dia era lindo e tudo ali era
revigorante... Concluiu que eles provavelmente se sentissem muito solitários.
Poseidon garantiu que já havia tentado falar com eles, mas eles eram muito
inflexíveis... Quando tinham sede aproximavam-se do rio, mas sempre protestavam
contra a temperatura da água.
Apesar de tudo o que
ouviu de Poseidon, a princesa tentou imaginar o que poderia haver de errado com
aqueles animais e decidiu atravessar o rio por um caminho de pedras.
Não demorou e ela passou pelo cercado e começou a coletar a lã que se
juntava nos arbustos. Foi flagrada por um dos carneiros, que passou a gritar no
mesmo instante para despertar aos demais... Evidentemente eles acordaram
manifestando irritação uns com os outros até perceberem que havia uma mortal no
pasto... Logo passaram a proferir impropérios contra os mortais. Mas Psique não
se desesperou nem mesmo com o fato de eles garantirem que a matariam.
Ela argumentou que não
tinha medo de morrer e que também não os temia... Se morresse naquele momento
estaria de bem consigo mesma. Suas palavras deixaram os carneiros ainda mais
irritados.
Ela procurou ganhar a confiança deles dizendo
que poderia ajudá-los. Porém sua situação era das mais delicadas.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_10.html
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto