segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – os carneiros irritados não admitiam conselhos ou auxílio; mal humorados, recusaram as piadas de Psique; abençoado improviso; a princesa conseguiu explicar sua necessidade de coletar lã dourada

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_9.html antes de ler esta postagem:

Vimos que Psique estava confiante para a realização do segundo desafio imposto por Afrodite... Ela imaginou que tosquiar carneiros seria algo muito simples. No caminho apareceu-lhe Poseidon, que fez várias advertências sobre o humor diferenciado daqueles animais... Próxima ao pasto, ela pôde conferir que eles eram mesmo muito mal humorados. Sem levar em consideração as palavras de Poseidon, atravessou o cercado assim que eles começaram a cochilar...
A princesa foi flagrada pelos carneiros sagrados e foi por eles ameaçada... Ela tentou reverter a situação dizendo que podia ajudá-los.
(...)
Mas os irritados animais não davam chance para que Psique se explicasse, e garantiam que não precisavam de nenhuma ajuda. Ela tratou de sensibilizá-los dizendo que sabia como acabar com o cansaço que enfrentavam... Garantiu que depois eles até poderiam rir e encarar a vida de outra forma. Porém os carneiros responderam que ela era mentirosa e que estava ali para tramar algo contra eles.
Psique disse que era bem provável que eles nunca tivessem ouvido uma piada... Como estranharam a palavra encheram-na de perguntas e exigiram que ela se explicasse imediatamente. A princesa relacionou a palavra à motivação do riso... Então eles também quiseram saber o que é o riso... E ela saía-se como podia, garantindo que era o sentimento de satisfação que poderia provocar o riso das coisas engraçadas.
Os carneiros perguntaram o que poderia haver de engraçado naquele mundo... Citaram a sua lista de insatisfações (contra a grama, o Sol, o tédio...).
É claro que Psique não era uma exímia contadora de piadas, mas decidiu falar da semelhança entre a nuvem e Afrodite, que Zéfiro havia contado certa vez... O resultado não foi dos melhores, pois nenhum dos carneiros achou graça e ainda quiseram agredi-la dizendo que a piada os irritara demais!
Psique viu que estava em uma condição muito delicada porque, além de se perceber cercada pelos carneiros, tinha de pensar em algo que definitivamente a livrasse da ameaça que sofria... Conseguiu nova chance para contar outra piada, mas concluiu que as anedotas de Zéfiro eram todas sem graça. Então teve de inventar.
Exigiam que ela se apressasse. E foi do improviso que saiu uma pergunta que a princesa dirigiu a eles: “Por que o carneiro bale?” Ninguém sabia responder. Ela mesma respondeu que é “porque não é um sapo para coaxar”... Disse isso e ficou esperando que a atacassem. Mas, em vez disso, eles caíram na maior gargalhada e rolaram na grama de tanto que riam.
A gargalhada foi duradoura... Depois Psique quis saber por que eles viviam tão irritados. Eles responderam o que afirmaram anteriormente (o calor, a grama, o tédio...). Ela explicou que não adiantava se irritar... Seria melhor se eles procurassem soluções para aqueles problemas. Incoerentemente, um deles disse que não possuíam problemas. Psique garantiu que todos os viventes têm problemas. Eles a desafiaram a falar de problemas piores do que os deles mesmos (então eles reconheciam que também tinham problemas!). Reclamaram que as pessoas só chegavam até eles para roubar sua lã.
Psique aproveitou para dizer que a sua liberdade havia sido roubada por Afrodite, que a impedia de juntar-se a Eros. Depois explicou o desafio imposto pela deusa e que, se retornasse sem a lã, morreria.
Os carneiros sentenciaram que Afrodite era “muito irritadinha” (disso eles entendiam bem). Psique percebeu que a situação estava se tornando menos desfavorável para ela, então completou que se conseguisse cumprir as tarefas poderia viver do lado do marido.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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