Roriz segue “dando voz” à formiga que liderava as cinco operárias e, assim, a paródia sobre os grupos revolucionários marxistas prossegue... O capitão dizia que a Revolução se aproximava, então carregariam grãos até o formigueiro onde se levantariam “contra a desigualdade e a injustiça social que imperam no Estado”.
Os liderados ficavam eufóricos com as palavras do líder. Mas, como se sabe, Psique também estava no celeiro e seu estado era bem o oposto da animação que se notava entre as formigas... Ela lamentava a sua condição de impotência perante a tarefa imposta por Afrodite.
(...)
No caminho das formigas
revolucionárias estava o pé da princesa... Isso gerou protestos e desconfiança.
Elas chegaram a crer que se tratava de um pedágio imposto pelo “palácio
capitalista”... Mas o obstáculo também foi motivo de muita confusão para elas,
pois o percurso que fariam passaria a exigir manobras que poderiam levá-las a
desvios desnorteadores.
Discutiam sobre essas coisas quando o Capitão sofreu
um golpe e foi arremessado para longe por causa de uma gota que explodiu
próxima de onde ele se encontrava... As comandadas enlouqueceram e começaram a
circular rapidamente sem o menor senso de organização... O transtorno só teve
fim quando Popota (que devia ser a mais pesada entre elas) atropelou as
demais...
O Capitão das formigas revolucionárias percebeu que a causa daquela
confusão era um dos “gigantes neoliberais” e deu voz de comando para que
atacassem aquele pé... Psique chorava copiosamente e as lágrimas que despejava
representavam grande perigo às pequenas formigas. Elas começaram a
mordiscá-la...
E foi assim que teve início
a conversa entre a princesa e as formigas falantes.
O Capitão exigiu que ela se retirasse do caminho. De
sua parte, Psique pedia desculpas... Ela desbloqueou a passagem e ouviu o líder
esclarecer que todo o formigueiro estava “envolvido no projeto”... Logo
estariam transportando significativa quantidade de grãos...
O Capitão se ofendeu ao ser perguntado se se tratavam de um exército de
formigas... Esclareceu que não se devia “confundir organização com opressão”, pois
eram operárias que cumpriam fielmente o seu papel.
Papata observou que a moça gigante podia ser uma inimiga... Mesmo assim
o líder quis saber por que ela estava chorando. As demais não se conformavam e
começaram a protestar contra o atraso, disseram que se anoitecesse deveriam
receber “hora-extra” e que estavam preocupadas por estarem distantes do
formigueiro...
Psique perguntou os nomes delas e logo articulou um plano que tinha tudo
para dar certo se elas a ajudassem... A princesa estava usando o “dote da
política” para solucionar a difícil tarefa de separar os grãos miúdos... O
Capitão quis saber do que se tratava a ideia de Psique e, aos poucos, se
convenceu de que poderia tirar vantagem da negociação com ela.
Psique disse que as ajudaria no transporte de grãos até o formigueiro e,
assim, elas poupariam muitas horas de “caminhada” e fardo.
Papata não admitia que o
Capitão negociasse com a desconhecida e quis evitar que ele revelasse a
localização do formigueiro... O Capitão não se importou e prosseguiu com a
negociação. Explicou que a comunidade somava cinquenta milhões de formigas
operárias... Psique conseguiu convencê-lo de que ela não teria dificuldades de
transportá-las de uma só vez numa bolsa.
A “liderança revolucionária” empolgou-se de tal forma que, sussurrando,
quis saber se Psique não poderia incluir a construção de uma “jacuzzi” com
folhas de bananeira no acordo... É claro que ela concordou!
Depois disso, o Capitão disse que era devido a esse tipo de vantagem que
“vale a pena ser Comunista”...
Não é necessário dizer que essa última frase é
pejorativa em relação aos comunistas.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_7.html
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto