sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – o capitão das “formigas revolucionárias” conclama as companheiras à união para colaborar com a “gigante que também sofria exploração”; a princesa lançou mão de negociação política e a primeira tarefa foi executada satisfatoriamente; Afrodite se surpreende e anuncia o próximo desafio

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_6.html antes de ler esta postagem:

Vimos que Psique concebeu um acordo com as formigas que estavam no celeiro. Os insetos são caracterizados como “revolucionários comunistas”, são atrapalhados e liderados por um capitão oportunista. Essa liderança conseguiu tirar vantagem em benefício próprio enquanto falou em particular com a princesa.
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Depois de acertar garantir a promessa de instalação de uma “jacuzzi”, o capitão levantou a voz para que os liderados o ouvissem e, em tom de exigência, perguntou o que a “senhora gigante” iria querer em troca, garantiu que sua comunidade não permitia “acordos com políticos de direita ou gigantes neoliberais”... Disse em alto tom que pertenciam ao PFOL (Partido da Formiga Libertada), que eram “contra a burguesia, a globalização, a terceirização, os transgênicos, as multinacionais, o neoliberalismo, imperialismo, os latifundiários e outras coisas mais”...
Psique explicou do que padecia... Esclareceu a sua dificuldade em cumprir a tarefa imposta pela poderosa senhora daquele lugar... O atrapalhado líder quis tirar uma conclusão e um incentivo que reanimasse a vítima da brutal exploração, e falou sobre o seu avô revolucionário que morrera “heroicamente de ataque cardíaco ao xingar um gafanhoto de macarthista”...
A princesa disse que seu destino provavelmente seria idêntico ao do avô do Capitão... As formigas manifestaram sua indignação com várias exclamações e Raimundinho finalizou dizendo que “icho é chacanagem”...
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Dando prosseguimento à sua sátira a respeito dos militantes esquerdistas e suas convicções, Roriz nos mostra o Capitão conclamando:
“Companheiros... A nossa irmã gigante é uma trabalhadora como nós. Não podemos ficar de patas atadas. Operárias de todo o mundo: Uni-vos!”
As lideradas nem deram ouvidos às palavras inflamadas do líder, em vez disso preferiram indagar Psique acerca de sua condição, se tinha direitos (a décimo terceiro salário, férias, Carteira de Trabalho, Previdência Social, “Plano de Chaúde”...). É claro que Psique não teria a menor possibilidade de conhecer tais benefícios trabalhistas... Mas também é claro que o diálogo é absurdo e estereotipado... O próprio Roriz brinca com a ideia de que teria sido a partir desse episódio que Marx e Engels se inspiraram para escrever a frase que encerra o “Manifesto Comunista”.
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Toda essa conversa serviu para que o acordo entre a princesa e aqueles estranhos insetos se firmasse. As formigas realizaram movimentos que resultaram na emissão de sinais elétricos eficientes para a comunicação com as demais no formigueiro... Em pouco tempo as cinquenta milhões tomaram conta do celeiro e de modo organizado fizeram a separação dos grãos.
Psique não cabia em si de tanta felicidade. Tomou todo o cuidado para não pisotear as minúsculas formigas... A separação dos grãos, antes impensável, se fez em pouco tempo.
(...)
A noite ainda não havia chegado quando Afrodite apareceu para conferir os resultados... Ela se espantou e quis saber como a princesa havia conseguido resolver tudo. Psique explicou que usou a política ao associar-se às formigas falantes.
Embora admirada com a façanha de sua rival, Afrodite garantiu que a segunda tarefa seria muito pior e certamente Psique não poderia contar com nenhuma ajuda...
Psique garantiu que era persistente. A deusa sugeriu que ela dormisse, pois precisaria de muita disposição para o dia seguinte. Serviu-lhe um pedaço de pão preto enquanto se despedia e afirmou que o desafio seguinte se daria no pasto, onde deveria tosquiar lã dourada dos carneiros sagrados.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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