quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Capítulo XI de “O livro de Ouro da Mitologia - Cupido e Psique”, de Tomas Bulfinch por parâmetro em análise de “Eros e Psique”, da Coleção Mitológica – Parte II

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/capitulo-xi-de-o-livro-de-ouro-da.html antes de ler esta postagem:

Roriz tem o mérito de inserir em meio aos diálogos, principalmente entre Psique e suas irmãs, narrativas sobre outros mitos (Édipo, Midas, Prometeu, Faetonte...). Na narrativa de Bulfinch isso não ocorre.
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Estamos no ponto em que Psique despediu-se dos pais após a consulta ao Oráculo... Ela estava pronta para seguir o seu “desventurado destino”, e foi isso mesmo o que fez.
No alto da montanha, Psique era o retrato fiel do desespero. Zéfiro intercedeu levantando-a e conduzindo-a até um vale florido (bem diferente do escaldante deserto egípcio apresentado na narrativa de Roriz).
A princesa dormiu e despertou próxima a um lindo bosque. A poucos passos deparou-se com bela fonte de águas cristalinas e, não distante dali, com o “magnífico palácio”. Psique viu tudo nitidamente (colunas de ouro, paredes com baixos-relevos, pratarias, tesouros...) e concluiu que o ambiente só podia ser morada de algum deus.
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Em Eros e Psique apresentado por Roriz, além de não visualizar os empregados do lugar, Psique também não podia vislumbrar as paredes do palácio, seus móveis e ornamentos.
O Livro de Ouro da Mitologia revela que os criados do lugar foram muito bons para Psique. Embora invisíveis, eles se esmeraram nos cuidados ao seu bem estar...
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Os dias se passaram e, apesar de casada, Psique não via o próprio marido. Ele a tratava muito bem, mas não permitia que ela o visse. Chegava apenas “nas horas de escuridão e partia antes do amanhecer, mas suas expansões eram repletas de amor”...
Psique insistia para que a deixasse vê-lo, mas ele não admitia e argumentava que isso não era necessário. Ela devia dar-se por satisfeita por ser bem tratada e amada sem levantar dúvidas... Ele mesmo admitia que se ela o visse poderia temê-lo ou adorá-lo... De sua parte, preferia “ser amado como um igual em vez de adorado como um deus”.
Foi a lembrança da família (e o seu sentimento de que vivia numa “esplêndida prisão”) que fez Psique suplicar ao esposo a permissão da visita de suas duas irmãs... Foi a muito custo que ele consentiu.
Zéfiro transportou as duas...
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O Texto de O Livro de Ouro da Mitologia não cita nenhuma conversa de Zéfiro com as duas... Bem diferente da narrativa de Roriz, que dá a entender que o deus do Vento permaneceu o tempo todo de viagem a falar em rimas sobre situações que as moças acharam desinteressantes e sem graça.
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As irmãs de Psique ficaram maravilhadas com o que viram. Tanto conforto e esplendor contemplaram no palácio onde a outra vivia que foram tomadas de inveja... Encheram-na de perguntas e quiseram que ela falasse a respeito do marido. Insistiram demais e Psique não teve como esconder que jamais o vira.
De fato passaram a alarmar a jovem. Disseram-lhe que não era por acaso que seu esposo permanecia incógnito... Lembraram o Oráculo e da revelação sobre o seu casamento “com um monstro horrível e tremendo”, e contaram que haviam ouvido dos habitantes da região que na verdade (é claro que estavam mentindo) ele se tratava de uma serpente que a alimentava para em breve devorá-la...
Deixaram Psique transtornada e depois a orientaram a descobrir a real identidade do marido quando este estivesse dormindo... Devia fazer isso munida de lâmpada e faca afiada para cortar a cabeça do monstro.
Esses episódios são narrados por Roriz sem alterações significativas.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Leia: O Livro de Ouro da Mitologia. Ediouro.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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