Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/05/o-guarani-de-jose-de-alencar-serie_30.html
antes de ler esta postagem:
O felino que Peri capturou
podia escapar dos laços que o mantinham preso... Sua amiga ia tomar banho no
rio. Ele não podia aceitar que algum perigo rondasse Ceci, então decidiu seguir
até o lugar onde havia amarrado o bicho e o matou... Decididamente, Peri não lembrava
mais dos costumes guerreiros goitacá... A captura da fera viva era sinal de sua
bravura, mas agora levava em conta apenas o bem estar de Ceci... Depois de
tirar a vida da onça, ele retornou ao rio para proteger a bem amada amiga...
O lugar onde as moças se banhavam era aprazível. Peri mesmo havia
organizado um caramanchão, um abrigo cheio de jasmineiros, que elas usavam como
“casa de banho”... Ali os raios solares não agrediam tanto e elas podiam se
trocar sem serem incomodadas...
Era com um camisão de
cambraia que Ceci lançava-se à água... Sua prima fazia-lhe companhia sentada à
margem. As duas não sabiam da presença de Peri, que se mantinha à distância sem
causar constrangimentos à amada...
Tudo ocorria na mais perfeita harmonia até que o nosso
índio notou um movimento nas proximidades... Depois de locomover-se sem provocar
ruídos, o goitacá conseguiu colocar-se numa ramagem onde pôde notar dois índios
ornamentados com tangas de penas amarelas... Eram tipos belicosos e preparavam
seus arcos para disparar flechas contra Ceci...
É claro que Peri não teve oportunidade de calcular as ações que viria a
tomar... Sua decisão foi atirar-se imediatamente sobre os dois... Nisso, uma
das flechas foi disparada ao longe, mas a outra penetrou em cheio o seu
ombro... A reação foi imediata, e ele utilizou as pistolas que havia recebido
da amiga (a adaptação não esclarece os detalhes sobre esse “presente”)... Foi
com dois disparos que ele estraçalhou as cabeças dos inimigos. Ele ouviu um
grito da parte de Ceci, quis ir ao seu encontro, mas notou que a sua ação havia
sido observada por uma índia que acompanhava os dois que ele havia
assassinado... Tratou de persegui-la para impedir que ela relatasse o ocorrido
à sua tribo.
Mas Peri ignorava que estava flechado no ombro e, conforme perseguia a
índia pela floresta, o seu ferimento se agravava... Ele perdeu muito sangue e
ficou totalmente sem forças... Perdeu a índia de vista e desfaleceu, mas
recuperou energia ao recordar que a sua senhora Ceci corria perigos na mata...
Suas pernas estavam vacilantes, porém ele estava apreensivo desde que
ouvira o grito da amada... Então notou uma cabuíba (grande árvore conhecida
pelos índios por sua seiva oleosa, de propriedades medicamentosas).
Abraçou o tronco da árvore e ingeriu aquele “óleo
poderoso e curativo”, além de cobrir o seu ferimento com ele... Seu sangue foi
estancado... E foi assim que ele se salvou.
Continua
Leia: O guarani. Série Reencontro –
Literatura. Editora Scipione.
Um abraço,
Prof.Gilberto