sexta-feira, 31 de maio de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – informações sobre a família de d. Antônio; a bandeira chefiada por Álvaro de Sá; apressamento da expedição e provocações de certo Loredano - Primeira Parte

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/05/o-guarani-de-jose-de-alencar-dados.html antes de ler esta postagem:

O texto de José de Alencar nos apresenta um quadro mais completo da família de d. Antônio de Mariz. Porém, de um modo geral vamos conhecendo traços físicos e personalidades conforme a história vai se desenvolvendo... Sobre o clã do fidalgo, observa-se:
Dona Lauriana era paulista e, em nota, ficamos sabendo que a personagem real chamava-se Lauriana Simoa... Era dedicada ao lar e disciplinada nos compromissos da religião. Alencar a descreve como um tipo egoísta, mas isso não a limitava na prática de eventuais boas ações... Diogo de Mariz, o filho do casal, era um moço que passava o seu tempo em “correrias e caçadas”. Em outra das notas ficamos sabendo que ele também é histórico, e que se tornou provedor da alfândega do Rio de Janeiro, tendo substituído o próprio pai naquela função... Cecília era a jovem de dezoito anos, a moça mimada pela família e o centro de todas as atenções daquele lugar... Isabel era sobrinha de d. Antônio e companheira de Cecília em seus passatempos. Sobre ela, o romance destaca que os companheiros do fidalgo desconfiavam que ele fosse o pai da garota, cuja mãe devia ser uma índia com a qual ele se envolveu no passado... Mas sobre isso não se falava.
O texto prossegue tratando da “bandeira” chefiada por Álvaro de Sá, que era jovem da confiança de d. Antônio. Alencar preocupa-se em explicar que as bandeiras eram caravanas de aventureiros que entravam pelos sertões na esperança de encontrar ouro, brilhantes e pedras preciosas. Essa, que faz parte do romance, retornava do Rio de Janeiro, onde havia negociado os produtos que conseguiu graças às incursões por terras auríferas.
Vemos Álvaro de Sá apressando os seus companheiros, incentivando-os a acelerarem o passo, pois restavam poucas léguas até o casarão de d. Antônio... Aproximou-se dele um tipo com sotaque italiano para conversar. Tratava-se do senhor Loredano, integrado ao grupo fazia pouco tempo... O comentário que fez referia-se à pressa desejada pelo outro. Como Álvaro tivesse argumentado que era natural o desejo de retornar, Loredano respondeu que também era natural que poupassem os animais.
O rapaz notou que Loredano estava querendo provocá-lo de alguma maneira, então quis saber o que o outro pretendia... Sobre isso, Loredano disse apenas que, pelo ritmo que seguiam, era provável que chegassem antes das seis da tarde. O moço corou e garantiu que, de fato, seria melhor que chegassem com a luz do dia.
Loredano continuou a provocá-lo e fez referência à Escritura, dizendo que “não há pior surdo do que aquele que não quer ouvir”... Álvaro gracejou, pois aquela observação era algo inusitado entre os aventureiros. O italiano respondeu que aprendeu aquele ensinamento na Rua dos Mercadores, com um vendedor de brocados e joias... Dessa vez Álvaro ficou ainda mais enrubescido, pois notava que o outro sabia algo sobre ele e aquela conversa servia apenas para provocá-lo.
O chefe do grupo quis por um fim ao diálogo, mas Loredano perguntou se ele não havia entrado na referida loja... Sem jeito, Álvaro respondeu que não se lembrava e que, além disso, não tinha tempo para as “galantarias de damas e fidalgas”... Ainda em tom provocativo, Loredano disse entender a falta de tempo do outro já que “se demoraram no Rio de Janeiro apenas cinco dias, quando o normal seria dez ou quinze dias”.
A provocação do subalterno persistiu pelo caminho... No final restou uma desagradável tensão entre ele e o jovem Álvaro... Mas isso fica para a próxima postagem.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/05/o-guarani-de-jose-de-alencar-novas.html
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

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