sexta-feira, 20 de julho de 2012

Tempo de Esperas, de Fábio de Melo (PE.) – cultivar o jardim; aliviar a existência e tornar a vida mais feliz

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/07/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_20.html antes de ler esta postagem:

Depois o professor tratou de dar dicas sobre como Alfredo deveria iniciar o jardim... Demarcar território, desenhar espaços no chão, imaginar cores e espécies, estudar os casos específicos para compreendê-las. Ele queria que o moço entendesse que essa nova experiência propiciaria a compreensão do verdadeiro sentido da Filosofia: “aliviar a existência e tornar a vida mais feliz”.
Na sequência registrou mais uma vez suas experiências particulares semelhantes à condição do outro... Levava a vida de quem busca resposta para tudo até ser surpreendido pela notícia de que Flora, sua esposa, havia contraído um câncer fulminante... A morte da amada o tornou fragilizado no mundo, suas convicções e seguranças foram abaladas. Ele explicou que passou por um processo que talvez inspirasse o outro. Revelou que a mudança para a casa dos pais e a construção do jardim eram sonhos de Flora... Então foi isso o que fez...
Precisou aprender um pouco da “ciência das flores”... Fez um arado e percebeu que, conforme sulcava a terra, “cicatrizava suas feridas”... E que, ao semear a terra, notava que dentro dele algo também era semeado...
O jardim tornou-se seu projeto de vida... Algo muito simples comparado ao seu anterior cotidiano filosófico. Abner insiste que, tanto quanto o jardim que se formava, necessitava viver o tempo de esperas... O jardim crescia e sua dor diminuía... Aos poucos suas inquietações foram esmorecendo porque já não realizava perguntas... Adotou o silêncio...
Mas não sem sacrifícios... Durante a mudança chorou muitas vezes... Sintetiza afirmando que aceitou a partida da esposa... Reconheceu-se perdedor e, assim, pôde reflorescer.
Então Abner sugeria ao jovem amigo que ele passasse pelo mesmo processo. Cultivando o jardim poderia tornar-se mais leve e simples. Complexidades e prepotências seriam superadas pela humilde aceitação da morte (como as sementes) para o ressurgimento e florescimento.
A perda da amada levou Abner a concluir que “nada pode ser mais rico e precioso do que as pessoas que amamos”... Finalizou com belas palavras sobre como a vida simples nos conduz a uma realidade mais plena... “Mais do que tornar-nos mais ricos as posses nos tornam mais pesados”.
Agradeceu que o outro desse ouvido às suas palavras. Incentivou-o com um “mãos à obra”. Solicitou que permanecesse um “jardineiro fiel”.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/07/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_27.html
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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