quinta-feira, 19 de julho de 2012

Revolução Constitucionalista de 1932 – a campanha paulista

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/07/revolucao-constitucionalista-de-1932.html antes de ler esta postagem:


Outros estados não aderiram ao movimento paulista... Há registros dos esforços de tropas de Mato Grosso, que foram dominadas por aquelas leais a Vargas... Minas Gerais e Rio Grande do Sul até “acenaram” simpatia e engajamento na causa, mas retrocederam e permaneceram fiéis ao Governo Provisório.
Um grande esforço foi empregado pelos paulistas, que atenderam à convocação do Movimento Constitucionalista. Isso pode ser atestado na forte adesão à campanha do Ouro para o Bem de São Paulo. Essa campanha visava angariar fundos para a obtenção de armamentos. As famílias entregavam anéis, correntes, alianças, fivelas e outros objetos que continham ouro...
Recebiam certificados ou mesmo anéis que faziam referências à campanha. Pessoas comuns ou personalidades (incluindo atletas do futebol paulista) se alistaram para os combates... Inferiorizados belicamente, os paulistas inovaram e desenvolveram veículos blindados graças aos esforços de professores e estudantes da Escola Politécnica.
Os ataques ocorriam também pelo ar... Os aviões foram decisivos para a vitória governista... Conforme o conflito se desenvolveu, os dois lados conseguiram adquirir novos equipamentos, mas evidentemente os revolucionários possuíram pouquíssimas aeronaves em comparação com a esquadrilha inimiga... O uso das máquinas voadoras neste conflito levou Santos Dumont ao suicídio (23/07/1932).
Sozinhos, os paulistas resistiram até outubro, quando foram militarmente derrotados. Tropas gaúchas invadiram e ocuparam a cidade de São Paulo. Mas até que isso ocorresse, Houve muitos bombardeios à cidade de Campinas e ocupação e bloqueio do porto de Santos pelas tropas governistas... Elas atacaram o estado por seis frentes (Serra da Mantiqueira, Vale do Rio Paraíba e fronteira com o estado do Paraná merecem destaque). Fala-se que mais de seiscentos paulistas morreram durante o confronto (oficialmente admitem-se 634 mortes)...
Entre os líderes militares do movimento paulista, podemos destacar Isidoro Dias Lopes (participou da revolta de 1924; apoiou o movimento de 1930, que levou Vargas ao poder; participou do governo Provisório, mas dele se afastou ainda em 1931); Bertoldo Klinger e Euclides Figueiredo (que também participaram do movimento de 1930)... Coube ao coronel Herculano de Carvalho assinar a rendição paulista de 1º de outubro de 1932... Eles e muitos outros foram punidos com o exílio (sendo anistiados mais tarde). Da parte dos governistas, os militares Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra exerceram importantes papéis... O general Valdomiro Lima (tio da esposa de Vargas) foi nomeado interventor do estado derrotado.
Apesar da derrota dos paulistas na Revolução Constitucionalista de 1932, o governo teve de reconhecer a força da oposição e sua importância. Em julho do ano seguinte Vargas nomeou Armando de Salles Oliveira, do Partido Democrático, interventor do estado. Além disso, convocou as eleições para a Constituinte.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas