Do que Abner escreveu, ainda podemos registrar:

A amizade e a possibilidade de partilhar (também as angústias) podem contribuir para aliviar os pesados fardos que carregamos. Os amigos que fazemos são como os afluentes que os rios precisam para prosseguir. É muito difícil existir ensimesmado nas dores e dificuldades. É preciso partilhar, “chorar as amarguras” a alguém... A condição do choro é daquelas que nos colocam semelhantes aos outros...
Abner registra que Alfredo devia mesmo ter sido insuportável com Clara. O professor imagina que ele se apresentasse autossuficiente, um tipo que nunca precisa de ninguém.
Um novo conselho: Alfredo deveria valorizar a família... Círculo onde há muito a aprender... Abner cita a própria mãe e os exemplos que ela deixou como legado, sua fortaleza e desprendimento, o amor que fazia questão de dar e receber... Clara precisava disso, um sentimento mais simples e puro... “Carinho sem palavras, uma flor sem motivos”.
Alfredo ainda é levado a refletir sobre o modo como quis representar para a moça uma personalidade robusta, que explica e revela os segredos e mistérios do mundo e do existir... Ela foi tratada por ele como se problema matemático fosse... Que mulher gostaria de ser assim ser tratada? “O elemento mais bonito da vida é o mistério”, mas Alfredo quis resolvê-lo através do racionalismo exacerbado.
O final da carta do professor destaca que o moço não deve ser tão exigente com as pessoas de sua convivência... Deve valorizar mais a sensibilidade humana do que os cursos que eventualmente tenham feito... O texto se encerra com uma pergunta: Ele teria pensado em abrir uma funerária?
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/07/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_08.html
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.
Um abraço,
Prof.Gilberto