segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tempo de Esperas, de Fábio de Melo (PE.) – somos como o rio que precisa dos afluentes para prosseguir

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/06/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_2059.html antes de ler esta postagem:

Alfredo concordou que as palavras do professor eram instigadoras... Sim... Aquelas palavras sobre o rio que corre para o seu desaguar (que é desaparecimento e ao mesmo tempo transformação); o rio que ao seguir recebe o impulso de afluentes, e só assim consegue forças para chegar ao destino...
Considerava que a troca de correspondências era um alívio para o seu estado de solidão... Mas não concordava com todas as palavras que o professor escrevia. Ele chegou à conclusão de que não tinha amigos, "nem úteis, nem inúteis"... Sentia-se como o Hoang Ho. Via-se como um tipo sem interesses de se relacionar com as pessoas comuns... Aquelas inseridas em suas rotinas... Isso à parte, não sabia como administrar o seu tempo, que passava lento demais... A vida (retomando Sartre) se faz uma "paixão inútil".
Escreveu tudo isso a Abner, e mais: “O sofrimento transforma o seu tempo. Os sentimentos de alegria tornam a passagem do tempo acelerada”.
Então disparou uma questão final: A vida (e o desequilíbrio afetivo que carregamos) pode nos envelhecer mais que a cronologia própria dos calendários?

Abner respondeu.
Verificou que notava em Alfredo as identidades do filósofo e do poeta... Em determinados momentos ele se revelava arrogante e agressivo, pois manifestava o filósofo limitado por suas compreensões... Este jamais dedicaria-se  ao cultivo do jardim. A sobrevivência do filósofo em Alfredo dependia, segundo Abner, de o moço oportunizar o crescimento do poeta em seu interior... Essa “outra percepção” salvaria o filósofo.
O professor segue analisando a condição de Alfredo, um tipo mais preocupado com o futuro e com as atenções que as outras pessoas podem dedicar a ele... Não tem amigos, tampouco valoriza os parentes e seus vínculos originais. Descarta o mundo ao seu redor, manifestando egoísmo. Segue narcisista, centralizando nele mesmo as “verdades fundamentais”. Segue enxergando apenas “a própria face”.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/07/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_02.html
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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