Esses “dois sonhos” se relacionam. Notamos que sua motivação está no desenvolvimento de usinas e armamentos nucleares a partir da década de 1950.
Os testes realizados, os acidentes, a utilização da energia, os depósitos de resíduos e os ataques com armas provocaram estarrecimento.
Ambientes paradisíacos tornaram-se palcos de explosões nucleares e sua paisagem exuberante deixou de existir... A vida tornou-se vulnerável demais e o sentimento de que a qualquer momento o pior poderia ocorrer tornou-se constante.
O sonho que destaca o acidente da usina nuclear parece premonitório... Sobretudo quando retomamos o noticiário sobre o terremoto e tsunami que atingiram o Japão em março de 2011... A usina de Fukushima sofreu destruição de significado catastrófico para a população e o meio ambiente. Relatórios sobre as investigações sobre o acidente denunciam que ele foi o resultado também da negligência de governos e da empresa de energia na proteção da população...
Há aqueles que defendem o uso sistemático da energia nuclear, que garantem a eficiência e a segurança... O tipo engravatado que aparece naquele sonho representa os que assumem a autoridade de gerenciar o fornecimento da energia e procuram transmitir segurança... Sabem que lidam com elementos radiativos e nocivos à integridade humana e da natureza. O acidente leva-nos a um cenário catastrófico, onde predominam o desespero e a destruição... De pouco valem os conhecimentos físicos dos responsáveis, que sabem os nomes dos compostos e seus efeitos... Sentem-se culpados, mas este é o seu limite.
A mulher com as duas crianças aparece agitada e movimenta-se de um lugar para outro... Mas não há saída... Todos morrerão... Ela não se conforma com o destino dos filhos (que pouco viveram): sentenciados pelas opções dos adultos.
(...)
O cenário do sonho, em que vemos os ogros e a natureza transformada por
ataques nucleares, é apocalíptico... Aquele que “sonha” sabe que as alterações
nas formas de vida são as consequências mais medonhas duma guerra de proporções
atômicas. Então, ele tem um pesadelo. Ele é uma visita a essa possível
realidade... O vemos um tipo normal... Ele se assusta porque o mundo tal
como conhece não existiria mais, o que não desaparecesse seria modificado... Monstruosidades
envoltas a uma atmosfera muito diferente.
E os seres humanos?
Sofreriam as consequências de sua ignorância. O desejo de destruir os inimigos
levou-os a construir armas poderosíssimas... Uma vez acionadas, definiriam a
mutação. Não haveria retorno... Restariam aqueles tipos reduzidos à condição de demônios (onis, como
esse representado na estátua com o bastão – kanabô – extraído de wikipédia.org),
cuja condição seria a de vivenciar a dor, vagar de modo errante...
É
só um sonho.
Indicação (livre)
Um abraço,
Prof.Gilberto