quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Viagem ao céu, de Monteiro Lobato. Primeira Parte

Faz algum tempo que li Viagem ao Céu, de Monteiro Lobato... Devia escrever antes sobre este texto, mas veio a polêmica sobre o racismo na obra do autor (escrevi algo em http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2010/12/racismo-na-obra-de-lobato-uma-polemica.html), o período de férias, as viagens, alguns filmes... Hoje estou postando uma Primeira Parte dos escritos.

Neste Viagem ao Céu, Lobato leva a turma do Sítio do Pica Pau Amarelo a uma Odisseia pelo espaço sideral. O texto é de 1932 e percebemos nele as limitações sobre a compreensão que se tinha do Universo àquele tempo.

Amante das Ciências, Lobato cria situações em que Dona Benta ensina o que havia de novidade às crianças. O menino Pedrinho era quem mais demonstrava conhecer e ter aprendido com os ensinamentos da avó, tanto que era chamado de Flammarionzinho (numa referência a Camille Flammarion, famoso astrônomo francês que viveu entre a segunda metade do século XIX e o começo do XX).

O livro começa apresentando algumas situações, como a de estarem no mês do aniversário de Pedrinho, abril, uma época em que todos no Sítio se acostumavam a “tirar férias de lagarto”, um repouso anual no qual permaneciam como os lagartos: “cochilando à luz do Sol”. Numa das noites daquele mês de “lagartear”, Dona Benta falou sobre os astros celestes e fez referências à História de cientistas que foram perseguidos pela intolerância da igreja Católica...

Há que se destacar a insistência da Emília em recuperar o Visconde que, na aventura anterior, o passeio ao País das Fábulas – Reinações de narizinho II - (no final daquelas aventuras, o Visconde e o Burro Falante ficaram presos à pata do Pássaro Roca e caíram no mar depois de um tiro certeiro do Barão de Munchausen), o Burro sobreviveu, mas do Visconde sobrou apenas um toco de sabugo muito estragado, que Pedrinho conseguira resgatar. Emília decidiu que ele deveria ser refeito e, assim, saiu a incomodar Tia Anastácia. A cozinheira, fiel companheira de Dona Benta, fez um novo Visconde com uma espiga de milho vermelho. O Avatar do Visconde ficou mais parecido com um banqueiro inglês. Deram-lhe o nome de Doutor Livingstone (numa referência ao explorador que ficou por vários anos procurando as origens do rio Nilo).

Influenciado pelos ensinamentos, Pedrinho criou um telescópio. Todos se empolgaram pelas conversas de Dona Benta sobre o espaço e pelas observações que fizeram dos astros através do telescópio. Então, as crianças decidiram empreender uma nova aventura... Dessa vez iriam conhecer o Universo! Poupariam Dona Benta, que também havia passado por maus bocados com o pássaro Roca e não suportaria novas travessuras.

Para isso contavam com o espetacular pó de pirlimpimpim, inventado pelo Visconde e que, aspirado, proporcionava viagens a locais remotos. Além do Burro Falante e do Visconde, que eram muito inteligentes, Emília decidiu que a Tia Anastácia também deveria fazer parte da trupe. Ela aspiraria o pó imaginando tratar-se de um rapé especial.

Leia: Viagem ao Céu. Editora Globo.
Vamos ver se amanhã sai uma Segunda Parte...
Um abraço,
Prof.Gilberto

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