sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Adolfo Casais Monteiro - algumas considerações

Adolfo Casais Monteiro.              

Saibam que este que oferece o seu nome à nossa escola tem uma história que transborda paixão pelas letras e pela existência humana em sua plenitude. Escritor e educador, Adolfo Casais nasceu em Portugal (1908), mas passou uma boa parte da vida entre os brasileiros. Faleceu no ano de 1972, em São Paulo. Sua vinda para o Brasil relaciona-se às perseguições que sofreu ao tempo do Salazarismo em seu país. Foi um interlocutor de Fernando Pessoa, com quem trocou cartas. Alguns de seus poemas revelam-nos a empatia com Pessoa. Esclarecedores são os diálogos que mantiveram sobre os heterônomos pessoanos.

Casais Monteiro também era “antenado” nas produções literárias brasileiras e manteve parceria com o também modernista Rui Ribeiro Couto (este também citado neste blog em http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2010/10/poema-de-rui-ribeiro-couto.html) em Correspondência em Família (1933). Adolfo Casais dedicou-se à obra de Fernando Pessoa, escreveu sobre ele, colaborou com diversos periódicos e escreveu ainda sobre a produção de vários autores nacionais e estrangeiros.    
Dedicou sua maturidade às aulas em universidades brasileiras, sobretudo na cidade de Araraquara, onde lecionou Teoria Literária na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (UNESP). Teve importante participação no Primeiro Congresso Brasileiro de Crítica e História Literária, realizado em Recife no ano de 1960, que contou com a presença de Jean Paul Sartre. O filósofo existencialista francês realizou conferência (muito concorrida pelos intelectuais do país, entre eles Jorge Amado, Ruth e Fernando Henrique Cardoso, Antonio Candido, entre outros) naquele mesmo ano em Araraquara. Casais Monteiro produziu vários artigos acerca das palestras e sobre a passagem de Sartre e de Simone de Beauvoir.

Nesta postagem deixo a reprodução de um exemplar de Nossos Clássicos, uma publicação (década de 1950) da Livraria e Editora Agir, sob a direção de Alceu Amoroso Lima, Roberto Alvim Correa e Jorge de Sena. Tenho alguns volumes da coleção e este Antero de Quental foi de responsabilidade de Adolfo Casais Monteiro.













Um abraço,
Prof.Gilberto





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