sábado, 6 de julho de 2019

“Os Direitos Humanos”, de Ari Herculano de Souza – vertiginoso crescimento da violência urbana durante a década de 1980; demandas dos contribuintes por segurança; dados sobre a violência na cidade do Rio de Janeiro; de delegacias, instituição policial e a “segurança plena” que se espera dos poderes públicos

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/07/os-direitos-humanos-de-ari-herculano-de_4.html antes de ler esta postagem:

O artigo de “Isto É” de 26 de dezembro de 1984 lembrava que o regime de exceção que se encerrava havia começado vinte anos antes... Sugere que ninguém poderia imaginar na longínqua década de 1960 que a segurança individual seria um dia apontada como problema prioritário a ser solucionado pelos governantes com urgência.
O texto de apresentação indicava que “os tempos haviam mudado”.
(...)
A pesquisa de opinião realizada pelo IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) foi encomendada pela citada revista “Isto É” em parceria com o jornal “Gazeta Mercantil” e a Rede Bandeirantes de Televisão e foi realizada nas sete maiores capitais de estados do país...
Os dados apontaram a segurança como o segundo maior problema que os entrevistados esperavam ver resolvidos pelo novo presidente da República. O recorte não permite a análise de maiores detalhes, mas dá a entender que 26% dos entrevistados sinalizavam que a realidade dos grandes centros urbanos era de “explosão da violência”.
O artigo salienta que, de fato, as grandes cidades brasileiras vinham sendo palco de “reivindicações firmes dos contribuintes” por uma maior atenção das autoridades e pela garantia de proteção.

A reportagem coletou dados da Polícia Civil do Rio de Janeiro a respeito da violência na metrópole: “a cada duas horas, uma pessoa era assassinada; a cada meia hora ocorriam dois furtos e um assalto”... O balanço anual era extremamente negativo: “houve crescimento de 9% dos crimes considerados violentos; o número de homicídios aumentou 32% em relação ao ano anterior”.

A constante elevação dos dados devia servir de alerta para as autoridades... Por outro lado, a sociedade corria o risco de passar a se acostumar com a mortandade resultante da violência urbana e a entender as vítimas fatais apenas como “números nas estatísticas policiais”.
O final do recorte aponta que o texto colocava uma reflexão sobre o quanto a situação poderia se tornar banalizada, fomentando desejos de “sobrevivência individual” que levariam os cidadãos a se esquecerem do “valor incalculável da vida humana” (dos demais).
(...)
Partindo da sensibilização proporcionada pelo fragmento do artigo de “Isto É”, Ari Herculano de Souza apresenta uma síntese sobre a questão do “Direito à Segurança”.
Ele lembra que a vida é o nosso “bem supremo”, que a residência é “abrigo inviolável da pessoa”, e que o direito que temos à segurança de nossa vida e dos nossos legítimos bens exige o respeito dos demais cidadãos.
Nesse sentido, o poder público deve garantir os meios para que todos se sintam protegidos. Algumas máximas definem o que está no bojo da almejada segurança que cada um merece (para que possa viver mais dignamente):

                   * segurança de vida;
                   * segurança de bens;
                   * segurança de liberdade;
                   * segurança de agir.

Neste ponto o autor faz algumas referências à instituição policial. Ela se destina à segurança dos cidadãos sem ser “órgão de repressão ou de justiça”. Tanto as delegacias quanto os policiais, por pertencerem ao Poder Executivo “devem executar a Lei”.
Delegacias e policiais “não são a Lei: não podem fazer a Lei e nem julgar ou dar pena ao criminoso”. Ao garantir a segurança de fato, a polícia se torna cada vez mais “uma instituição na qual a população acredita, confia e apoia”. Pois, assim, (a sociedade civil) vê o seu direito à “segurança plena” como possibilidade concreta.
Leia: Os Direitos Humanos. Editora Do Brasil.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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