A defesa dos Direitos Humanos não se esgota.
As postagens anteriores mostraram que há muitas situações que impedem que eles se tornem realidade, e por isso milhares de nossos semelhantes estão sofrendo violações neste momento.
Trata-se de luta árdua, cujos avanços são quase imperceptíveis. Em contrapartida, os ataques aos direitos provocam o que há de mais bárbaro, estragos gigantescos e imediatos.
Infelizmente há quem defenda que os direitos não devem ser para todos.
Então podemos abandonar a defesa dos Direitos Humanos?
Isso seria o mesmo que concordar com políticas segregacionistas, de exclusão e extermínio! Seria o mesmo que abandonar os nossos vínculos com a humanidade para sermos coniventes com a barbárie.
(...)
Finalizando
a quarta parte, que se propôs a discutir um pouco a respeito de tudo o que acaba
ferindo os direitos humanos, Ari Herculano de Souza selecionou um poema de
autor anônimo do Malawi.
O
texto nos leva a refletir sobre até que ponto os debates a respeito das
temáticas dos Direitos Humanos resultam em mudanças efetivas da realidade dos mais
necessitados.
Acontece que as desenvolvidas sociedades ocidentais se
comportam assim... Enxergam os desfavorecidos das sociedades mais pobres à
distância e muitas vezes deixam de observar as injustiças que ocorrem em sua própria
vizinhança... Ficam chocadas com as carências que se evidenciam e de diversos
modos manifestam indignações sem sequer ouvir os necessitados.
Depois retornam aos seus cotidianos marcados pelo
bem-estar e, ao darem as costas para os problemas humanitários, os tornam invisíveis...
E esquecidos.
(...)
Mas,
continuo...
Poeta anônimo do Malawi
Eu tinha fome
e vocês fundaram
um clube humanitário
para discutir a minha fome.
Agradeço-lhes.
Eu estava na prisão
e
vocês foram à igreja
rezar
pela minha libertação.
Agradeço-lhes.
Eu
estava nu
e vocês
examinaram,
seriamente,
as
consequências morais
da minha
nudez.
Agradeço-lhes.
Eu estava doente
e vocês ajoelharam
e agradeceram a
Deus
o dom da saúde.
Agradeço-lhes.
Eu não tinha casa
e vocês
pregaram sobre
o amor de
Deus.
Vocês pareciam
tão piedosos,
tão perto de
Deus!
Mas
eu continuo com fome
continuo
só, nu, doente,
prisioneiro.
E
tenho frio,
Sem
casa.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/07/os-direitos-humanos-de-ari-herculano-de_22.html
Leia: Os
Direitos Humanos. Editora Do Brasil.
Um abraço,
Prof.Gilberto