segunda-feira, 22 de julho de 2019

“Os Direitos Humanos”, de Ari Herculano de Souza – quinta parte onde se lê a respeito de ordem social baseada nos direitos humanos; fragmentos de Pio XII, João XXIII e Paulo VI sobre a promoção da paz e plenitude humana entre os povos; noções que devem dar base à ordem social mais humana

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/07/os-direitos-humanos-de-ari-herculano-de_2.html antes de ler esta postagem:

A quinta parte de “Os Direitos Humanos” é intitulada “Por uma Nova Ordem Social” e, como o próprio título sugere, se trata de proposta para uma nova realidade em que os direitos fundamentais das pessoas sejam respeitados e valorizados.
O texto relembra o quanto estamos distantes de uma vida mais plena por causa dos entraves que os direitos enfrentam nas sociedades e como isso prejudica à grande maioria mais necessitada.
Na abertura lemos um fragmento de “Pacem in Terris”, encíclica do papa João XXIII (1963):

                   “A ordem da sociedade humana se funda na verdade, há de realizar-se segundo a justiça, há de animar-se e consumar-se no amor, há de recompor-se na liberdade”.


(...)
Um mundo em que as sociedades vivam em paz é aspiração que toma forma a partir das reflexões sobre os Direitos Humanos... Como vimos, há deveres “imbricados” a aos direitos, principalmente quando imaginamos as relações entre nações distintas. Como veremos, os fragmentos de líderes religiosos da Igreja Católica selecionados pelo autor demonstram isso.
A comunidade de paz até pode ser uma utopia, mas deve ser entendida como projeto de todos os homens e mulheres (verdadeiramente solidários e interessados na promoção humana de todos, sem exceção) de bem.
Apesar de todas as dificuldades, e de todas as violências que obstruem o avanço dos direitos, precisamos crer que uma realidade bem melhor do que a existente é possível. A crença nessa possibilidade deve nos fortalecer...
Pensar que “não há mais jeito”, que “sempre foi assim e assim será”, é próprio dos que se acomodam... Não devemos desanimar! Embora muitas vezes imperceptíveis, há movimentos protagonizados pelos que ousam enfrentar os autoritarismos e a demagogia.
Esse é um fazer histórico, próprio da condição humana.
Ari Herculano de Souza aponta algumas noções nas quais a ordem social deveria se apoiar:

                   * No bem comum, como sendo “o bem-estar de todos, livremente obtido, e que consiste na paz e na segurança que possuem os cidadãos no exercício dos seus direitos e, ao mesmo tempo, no maior bem espiritual e material possíveis, graças à união e à coordenação dos esforços de todos”. (Pio XII);
                   * Na liberdade, que deve permear todas as ações humanas e fazer os indivíduos participantes das decisões que estabelecem as normas reguladoras da ação humana;
                   * Na fraternidade, que se apresenta “sob um tríplice aspecto: do dever de solidariedade, ou seja, o auxílio que as nações ricas devem prestar aos países em desenvolvimento; o dever de justiça social, isto é, retificação das relações defeituosas entre os povos ricos e os povos pobres; e o dever de cooperação (caridade universal), que quer dizer a promoção, para todos, de um modo mais humano, e onde todos tenham qualquer coisa a dar e a receber, sem que o progresso de uns seja obstáculo ao desenvolvimento de outros”, (“Populorum Progressio”, papa Paulo VI; 1967);
                   * Na igualdade verdadeira, que não só exige de todos diante das leis, mas igualdade de oportunidades, igualdade de condições, igualdade social e igualdade na participação dos bens culturais e econômicos produzidos pela humanidade;
                   * No respeito à dignidade da pessoa, sem o qual se compromete o bem comum, a liberdade, a fraternidade e a igualdade.

(...)
Espera-se que as sociedades coloquem “a pessoa humana e seus direitos acima das máquinas, dos lucros, das armas, das leis, dos partidos, das instituições, dos sistemas”.
Deveríamos entender que tudo isso só tem sentido de existir se for para o benefício dos indivíduos... Jamais para dominá-los.
Leia: Os Direitos Humanos. Editora Do Brasil.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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