segunda-feira, 3 de março de 2014

Capítulo XI de “O livro de Ouro da Mitologia - Cupido e Psique”, de Tomas Bulfinch por parâmetro em análise de “Eros e Psique”, da Coleção Mitológica – Parte IV

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/capitulo-xi-de-o-livro-de-ouro-da_28.html antes de ler esta postagem:

Psique dirigiu-se a Vênus, que a recebeu demonstrando toda a sua irritação... Deixou claro que a considerava infiel, e que Cupido estava acamado e sofrendo devido à ferida provocada pela flecha...
Vênus decidiu que Psique deveria passar por testes para mostrar-se merecedora de Cupido e capaz de dirigir uma casa. A primeira tarefa da princesa era a de separar “trigo, aveia, milhete, ervilhacas, feijões e lentilhas” em seu celeiro. As grandes quantidades deviam ser organizadas em montes antes do anoitecer e seriam destinadas aos pombos sagrados.
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É claro que Psique ficou apavorada. O texto de Roriz a apresenta fazendo acordos com as formigas “comunistas revolucionárias”... O Livro de Ouro da Mitologia esclarece que “a multidão de formiguinhas” foi comandada por uma delas que havia sido incitada pelo próprio Cupido... Não demorou e o exército formigueiro fez a separação dos grãos... Logo as formiguinhas saíram de cena.
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O texto da Coleção Mitológica dá a entender que a “troca de favores” foi a política adotada por Psique com as formigas atrapalhadas. Como vimos, a “versão clássica” faz referência à intercessão do apaixonado Cupido para que o problema fosse resolvido.
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Vênus apareceu para conferir o trabalho de Psique ao fim do dia. Esbravejou garantindo saber que ela não era capaz de solucionar a tarefa e que, certamente, Cupido estava por trás daquela proeza. Na sequência retirou-se deixando um pedaço de pão preto para que ela tivesse o que comer antes de dormir.
No dia seguinte a deusa reapareceu para ordenar a segunda tarefa. Pediu para Psique observar a margem do rio, onde carneiros de lã brilhante pastavam sem nenhum pastor. Deixou claro que sua missão era recolher uma amostra da lã de cada um daqueles animais diferenciados.
Dirigindo-se ao local, Psique recebeu o esclarecimento do “deus rio” que, através dos juncos, murmurou que ela não desafiasse a correnteza nem ousasse lidar com os carneiros, pois eles eram raivosos e certamente a matariam com seus dentes e chifres. Psique foi orientada a esperar que eles se recolhessem à sombra por volta do meio-dia, momento em que o rio também se acalmava. Ela poderia passar pelo curso d’água e recolher a lã que se juntava nos arbustos e moitas.
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O texto da Coleção Mitológica situa Psique entre as “feras mal-humoradas”. Vimos que os carneiros reclamavam de tudo e ao perceberem que ela estava em seus domínios ficaram ainda mais irritados... A saída da princesa, como sabemos, foi lançar mão do “dom da sensibilidade” (então temos a narrativa em que Psique ensina os carneiros a aliviarem suas tensões contando piadas).
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O Livro de Ouro da Mitologia mostra que Psique seguiu os conselhos do “deus rio” e conseguiu a lã solicitada por Vênus, porém mais uma vez a deusa a recebeu com indiferença e sem acreditar que ela tivesse resolvido tudo sozinha.
O último desafio tinha por finalidade mostrar se Psique era capaz de realizar “sozinha uma tarefa útil”. Vênus pediu a ela que levasse uma caixa até as “sombras infernais”, onde deveria solicitar a Prosérpina (Perséfone) um pouco de sua beleza.
Psique levaria a mensagem a respeito do desgaste de Vênus com a doença do filho.
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Para Psique, a única certeza era de que seu fim se aproximava. Sabendo que sucumbiria no Érebo, decidiu lançar-se do alto de uma elevada torre. Mas, logo que se posicionou, uma voz misteriosa a advertiu sobre a maneira horrível com a qual pretendia dar cabo à própria existência... A voz lembrou que duas difíceis tarefas tinham sido resolvidas e que a atitude de Psique naquele momento era uma demonstração de covardia.
A mesma voz explicou como, a partir de determinada gruta, ela poderia chegar ao reino de Plutão (Hades). Graças à voz misteriosa, ela ficou sabendo “como evitar os perigos do caminho, passar por Cérbero e convencer Caronte a transportá-la”.
O último conselho que Psique recebeu foi o de, em hipótese nenhuma, abrir a caixa que recebesse... Ou seja, ela deveria lutar contra a curiosidade.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Leia: O Livro de Ouro da Mitologia. Ediouro.
Um abraço,
Prof.Gilberto 

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