terça-feira, 4 de março de 2014

Capítulo XI de “O livro de Ouro da Mitologia - Cupido e Psique”, de Tomas Bulfinch – poesia de Milton, T.K Harvey e John Keats

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/03/capitulo-xi-de-o-livro-de-ouro-da_3.html antes de ler esta postagem:

Bulfinch explica que a lenda de Cupido e Psique “é geralmente considerada alegórica”...
Em grego, Psique significa “Borboleta” e “Alma”...
Impossível não lembrarmos a transformação pela qual a borboleta passa até chegar ao seu esplendor... De uma “vida mesquinha”, rastejante larva que se imobilizou no “túmulo-casulo”, passa a flutuar “na brisa do dia” para tornar ainda mais bela a primavera.
De acordo com o próprio estudioso, “Psique é, portanto, a alma humana, purificada pelos sofrimentos e infortúnios, e preparada, assim, para gozar a pura e verdadeira felicidade”.
Não são poucas as obras que representam Psique “como uma donzela com asas de borboleta”.

Na conclusão do “Comus”, Milton faz referência à história de Cupido e Psique:


Seu filho, o deus Cupido, logo avança,
A linda amada, em transe, conduzindo,
Após tantos labores enfrentar,
Eis que, com a aprovação dos deuses todos,
Em sua esposa eterna há-de torná-la.
E, de tal himeneu, irão dois gêmeos,
Juventude e Alegria, venturosos,
Muito em breve nascer; jurou-o Jove.

Também nos versos de T.K. Harvey nota-se referência à alegoria:

Quanta lenda tão bela, outrora, nesse dia
Longínquo em que a razão tomava à fantasia.
A asa multicor e, entre areias de ouro,
O rio carregava um líquido tesouro!
Quando a mulher sem par, beleza peregrina,
Que sofrer e amar e lutar teve a sina,
A terra percorreu, exausta, noite e dia,
Em procura do Amor, que só no céu vivia!

Apenas a partir do século II é que a história de Cupido e Psique “apareceu pela primeira vez nas obras de Apuleio”. Isso, garante Bulfinch, faz dela uma lenda bem mais recente do que a “maioria das outras da Idade da Fábula”.
John Keats (poeta romântico inglês; 1795-1821), apaixonado pela Grécia Antiga, faz uma Ode a Pique. Bulfinch apresenta o seguinte trecho:

Ó mais bela visão! Ó derradeira imagem
Da estirpe celestial, da olímpica linhagem!
Mais bela que Diana livre de seu véu
E que Vésper erguida entre os astros do céu!
Que, no Olimpo, pudeste reluzir e ofuscar,
Embora sem um templo, embora sem altar!

Um abraço,
Prof.Gilberto

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