Holocausto Brasileiro faz referência ao Em Nome da Razão, curta metragem produzido por Helvécio Ratton.
O cineasta conheceu o Colônia em 1979, época em que era ainda estudante de Psicologia. O texto nos leva a entender que o contato com a caótica instituição foi decisiva para a sua opção pelo cinema...

Precisamos entender que o momento em que Ratton se resolve pela produção de Em Nome da Razão havia o “movimento de transparência encabeçado pela Secretária da Saúde” do estado de Minas Gerais... Sua ideia poderia esbarrar em um retorno à condição de total isolamento da instituição... É por isso que o cineasta decidiu reunir sem demora uma equipe voluntária e alugar equipamentos com o próprio dinheiro.
(...)
Foram oito dias de filmagens, e elas tinham início com os primeiros
raios da manhã e só terminavam com o fim da tarde. O cineasta percebia que sua
produção era de grande valia. Sabia que ela permitiria que todos conhecessem o
que se passava no interior do Colônia...
A partir de Em
Nome da Razão não haveria como não se questionar sobre como a sociedade e a
própria medicina permitiam que seres humanos fossem atiradas àquele “depósito
de lixo humano”... E foi essa convicção de Ratton que o levou a prosseguir em
seu projeto.
(...)

O psiquiatra italiano Franco Basaglia, que se destacava por sua cruzada
pelo mundo contra os manicômios e seus métodos retrógados, havia visitado o
Colônia e mesmo assim se impressionou com as imagens captadas por Ratton...
Nada de trilha sonora, apenas a narração, os gemidos, depoimentos e cânticos
tristes dos internos... Basaglia garantiu que o curta-metragem “tem um grande
poder de revelação”.
De fato o filme escancarou para todo o mundo a realidade do manicômio de
Barbacena... Em Nome da Razão recebeu
premiações em diversos países e se tornou ferramenta na defesa por tratamentos
humanizados aos pacientes psiquiátricos e pelo fim de instituições como o
Colônia.
Assista ao curta em https://www.youtube.com/watch?v=R7IFKjl23LU
Assista ao curta em https://www.youtube.com/watch?v=R7IFKjl23LU
Ratton também é conhecido pela direção de longas
como O menino maluquinho (1995) e Batismo de Sangue (2006).
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/03/holocausto-brasileiro-genocidio-60-mil_18.html
Leia: Holocausto Brasileiro. Geração Editorial.
Um abraço,
Prof.Gilberto