Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_31.html antes de ler esta postagem:
Aconteceu que o velho
Georges retornou para casa. Ao ouvir seus passos e tosse, Jeanne achou melhor
que as duas crianças permanecessem no quarto sem provocar nenhum ruído...
Serviria o jantar ao marido e no momento adequado Hugo partiria.
Hugo
e Isabelle notaram que a tia Jeanne havia dirigido o olhar a um armário que
estava num canto do quarto... O menino chamou a atenção da amiga para o móvel,
mas ela disse que já havia revirado aquilo quando procurara pelo caderno e que
não encontrou nada de interessante nele... Hugo sugeriu de modo imperativo que
ela voltasse a inspecioná-lo. Utilizando um grampo de cabelo, ela abriu a
porta.
Confirmou
que ali estavam acomodados casacos, lençóis e roupas dobradas... Observando a certa
distância, Hugo conseguiu notar algo na parte mais alta do armário. Isabelle
investigou o painel que aparentemente não era nada além de um acessório sem
utilidade no móvel. Até que puxou-o pela moldura...
Uma
sequência de ilustrações revela-nos o que ocorreu. De olhos arregalados, a
menina notou que um tampo se destacou do lugar. Ele escondia um baú de tamanho
considerável... Ela puxou e ajeitou-o nos braços... Como não estava bem
acomodada sobre a cadeira, acabou se desequilibrando... A cadeira quebrou,
Isabelle caiu e, com ela, a caixa que atingiu o seu pé. O baú quebrou e seu conteúdo espalhou-se pelo quarto... Eram muitos papéis em que se viam
desenhos... Além disso, havia uma velha manta empoeirada e desgastada onde figuravam luas e estrelas.
É claro que o barulho atraiu a tia Jeanne, que
abriu a porta para saber o que ocorria... Junto dela estava o velho Georges a olhar para os desenhos espalhados... Em tom de desespero, Jeanne solicitou que
Hugo recolhesse tudo e trancasse no armário... Pediu que Isabelle permanecesse
com ela, e a Georges que retornasse à cozinha.
Outra
série de ilustrações mostra-nos os desenhos que Hugo recolheu. Eram imagens
significativas e muito bem feitas (representavam humanos, astros celestes, o
fundo do mar, cenas de batalha, criaturas horrendas e imaginárias do minúsculo
mundo vegetal e dos insetos)... Todos tinham a assinatura de Georges Méliès.
O
velho Georges se desesperou. Começou a gritar e tossir ao mesmo tempo...
Perguntava de quem eram os desenhos e de onde tinham surgido. Ele pegou-os ao
acaso para rasgar... As crianças tentavam proteger os papéis... Hugo tinha
dificuldades devido ao estado de sua mão machucada... Jeanne gritou para que
ele parasse porque toda aquela obra era dele... Mas o velho reclamou dizendo que não
era artista, e sim um comerciante falido, um “brinquedo de corda”.
Enquanto a mulher tentava acalmá-lo, as crianças
conseguiram recolher o material na segurança do armário, que foi trancado. Georges
chorava, lamentava e dizia palavras aparentemente sem conexão: “caixa vazia,
oceano seco, monstro perdido, nada, nada, nada...” Jeanne o acomodou na cama, o
acalmou até que dormisse.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/11/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_9.html
Leia:
A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto