quinta-feira, 1 de novembro de 2012

“A invenção de Hugo Cabret”, de Brian Selznick – painel de tecido e desenhos numa antiga caixa escondida; o passado atordoa Georges Méliès

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_31.html antes de ler esta postagem:

Aconteceu que o velho Georges retornou para casa. Ao ouvir seus passos e tosse, Jeanne achou melhor que as duas crianças permanecessem no quarto sem provocar nenhum ruído... Serviria o jantar ao marido e no momento adequado Hugo partiria.
Hugo e Isabelle notaram que a tia Jeanne havia dirigido o olhar a um armário que estava num canto do quarto... O menino chamou a atenção da amiga para o móvel, mas ela disse que já havia revirado aquilo quando procurara pelo caderno e que não encontrou nada de interessante nele... Hugo sugeriu de modo imperativo que ela voltasse a inspecioná-lo. Utilizando um grampo de cabelo, ela abriu a porta.
Confirmou que ali estavam acomodados casacos, lençóis e roupas dobradas... Observando a certa distância, Hugo conseguiu notar algo na parte mais alta do armário. Isabelle investigou o painel que aparentemente não era nada além de um acessório sem utilidade no móvel. Até que puxou-o pela moldura...
Uma sequência de ilustrações revela-nos o que ocorreu. De olhos arregalados, a menina notou que um tampo se destacou do lugar. Ele escondia um baú de tamanho considerável... Ela puxou e ajeitou-o nos braços... Como não estava bem acomodada sobre a cadeira, acabou se desequilibrando... A cadeira quebrou, Isabelle caiu e, com ela, a caixa que atingiu o seu pé. O baú quebrou e seu conteúdo espalhou-se pelo quarto... Eram muitos papéis em que se viam desenhos... Além disso, havia uma velha manta empoeirada e desgastada onde figuravam luas e estrelas.
É claro que o barulho atraiu a tia Jeanne, que abriu a porta para saber o que ocorria... Junto dela estava o velho Georges a olhar para os desenhos espalhados... Em tom de desespero, Jeanne solicitou que Hugo recolhesse tudo e trancasse no armário... Pediu que Isabelle permanecesse com ela, e a Georges que retornasse à cozinha.
Outra série de ilustrações mostra-nos os desenhos que Hugo recolheu. Eram imagens significativas e muito bem feitas (representavam humanos, astros celestes, o fundo do mar, cenas de batalha, criaturas horrendas e imaginárias do minúsculo mundo vegetal e dos insetos)... Todos tinham a assinatura de Georges Méliès.
O velho Georges se desesperou. Começou a gritar e tossir ao mesmo tempo... Perguntava de quem eram os desenhos e de onde tinham surgido. Ele pegou-os ao acaso para rasgar... As crianças tentavam proteger os papéis... Hugo tinha dificuldades devido ao estado de sua mão machucada... Jeanne gritou para que ele parasse porque toda aquela obra era dele... Mas o velho reclamou dizendo que não era artista, e sim um comerciante falido, um “brinquedo de corda”.
Enquanto a mulher tentava acalmá-lo, as crianças conseguiram recolher o material na segurança do armário, que foi trancado. Georges chorava, lamentava e dizia palavras aparentemente sem conexão: “caixa vazia, oceano seco, monstro perdido, nada, nada, nada...” Jeanne o acomodou na cama, o acalmou até que dormisse.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/11/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_9.html
Leia: A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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