Desde 21 de setembro acontece a exposição Esplendores do Vaticano – Uma Jornada Através da Fé e da Arte no
Parque do Ibirapuera (Oca, com a cesso pelo portão 3).
Às segundas feiras o
ingresso é mais barato (e isso vale também para a meia entrada). Não por acaso
optamos fazer a visita no dia 19. Nos três pavimentos da Oca estão instalados
vários objetos religiosos, paramentos, livros, relicários, quadros e
esculturas, além de documentos diversos que pertencem ao Vaticano.
A montagem da mostra é bem
didática e leva-nos a conhecer a História da Basílica de São Pedro desde a
descoberta do túmulo do apóstolo (ano 160) até a contemporaneidade.
No início contemplamos uma
montagem que nos leva ao túmulo de Pedro... Vemos gravuras da estrutura do
circo de Nero, que proporcionava espetáculos em que os que seguiam os
ensinamentos de Jesus eram queimados, devorados por feras e crucificados...
Pedro foi crucificado de ponta cabeça... Contemplamos os vários quadros. O
túmulo de Pedro está na necrópole (Scavi
do Vaticano, que está abaixo do altar da Basílica).
Então há o destaque às perseguições que os primeiros cristãos sofreram. Não
é segredo para ninguém que no início do Cristianismo, os cristãos sofriam
ferrenha perseguição dos romanos. Também foram tempos de martírio e de
conversões, inclusive de líderes militares e políticos. Paulo, por exemplo, perseguia cristãos até a
sua conversão...
Foi o imperador Constantino que ordenou a construção de uma
Basílica sobre o templo erguido no local do túmulo de São Pedro. Isso se deu
entre 326 e 333... Há uma parte da exposição dedicada a este imperador romano e
aos desenhos da primeira Basílica, produzidos a partir de achados arqueológicos.
Esplendores do Vaticano destaca a época em que Roma se tornou cristã, e
apresenta mosaicos e outros exemplares da arte sacra medieval.
O papa Júlio II, que teve
seu pontificado entre 1503 e 1513, tomou a iniciativa de derrubar a antiga
igreja para erigir uma Basílica maior. Donato di Angelo di Pascuccio (Bramante)
foi o arquiteto que, em abril de 1506, foi encarregado de desenhar a planta da
igreja. A exposição apresenta o desenho primordial e vários outros que revelam
as alterações que sofreu até que se configurasse a planta definitiva. Não foram
poucos os arquitetos, artistas e papas que durante 120 anos se dedicaram à
construção da Basílica.
Sabemos do empenho do papa
Leão X em obter recursos com a venda das indulgências... Sabemos que essa
iniciativa está no bojo da Reforma Religiosa iniciada por Martinho Lutero.
Então a exposição não deixou de lado esses episódios. Objetos produzidos
durante este processo (e também durante a Reforma Católica) são apresentados em
Esplendores do Vaticano.
A arte da Roma Antiga
serviu de inspiração para a arte Cristã... Em 1546 Michelangelo assumiu a
direção dos trabalhos e então toda a sua genialidade foi colocada a serviço da
Basílica... Há uma instalação que nos leva a andaimes e instrumentos diversos
criados por Michelangelo para que o teto da Capela Sistina fosse concluído. E
também podemos contemplar uma das cópias da Pietá... Para
muitos, a joia da exposição.
O diálogo católico com o
mundo conhecido a partir das missões religiosas também está representado na
exposição. Vemos obras de arte relacionadas à religião e aos vários
continentes. Os mapas expostos merecem destaque, bem como os objetos litúrgicos
e as histórias relacionadas a essa arte... Figuras históricas, como Napoleão,
despontam em meio aos temas.
Há a galeria Os
sucessores de Pedro – Retrato Papal em que notamos os vários retratos e
dados bibliográficos a respeito de cada um. Todos merecem atenção, mas muitos
dedicam um pouco mais de tempo para o local onde está posicionado Pio XII (Eugenio
Pacelli), que teve pontificado marcado pela época da ascensão do Nazismo e da
Segunda Guerra Mundial. O texto destaca seus esforços pela paz e sua iniciativa
de abrir o Vaticano a refugiados, tendo concedido cidadania a milhares de
perseguidos pelo nazifascismo em tempos de ocupação alemã na Itália.
O último andar da Oca
está reservado para um espetáculo de multivisão sobre a Capela Sistina. Há painéis
que explicam detalhadamente cada parte do teto e no interior verificamos todo o
esplendor do teto e paredes da Capela.
Na
última parte vemos peças que se referem ao papado contemporâneo... Muitas
fotografias e outras obras de arte podem ser observadas. À saída, temos uma
área dedicada a João Paulo II e aos processos de beatificação e santificação...
O visitante pode colocar a mão sobre as mãos esculpidas a partir de moldes
deixados pelo santo padre.
Um abraço,
Prof.Gilberto