sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Esplendores do Vaticano – Uma Jornada Através da Fé e da Arte no Parque do Ibirapuera

Desde 21 de setembro acontece a exposição Esplendores do Vaticano Uma Jornada Através da Fé e da Arte no Parque do Ibirapuera (Oca, com a cesso pelo portão 3).
Às segundas feiras o ingresso é mais barato (e isso vale também para a meia entrada). Não por acaso optamos fazer a visita no dia 19. Nos três pavimentos da Oca estão instalados vários objetos religiosos, paramentos, livros, relicários, quadros e esculturas, além de documentos diversos que pertencem ao Vaticano.
A montagem da mostra é bem didática e leva-nos a conhecer a História da Basílica de São Pedro desde a descoberta do túmulo do apóstolo (ano 160) até a contemporaneidade.
No início contemplamos uma montagem que nos leva ao túmulo de Pedro... Vemos gravuras da estrutura do circo de Nero, que proporcionava espetáculos em que os que seguiam os ensinamentos de Jesus eram queimados, devorados por feras e crucificados... Pedro foi crucificado de ponta cabeça... Contemplamos os vários quadros. O túmulo de Pedro está na necrópole (Scavi do Vaticano, que está abaixo do altar da Basílica).
Então há o destaque às perseguições que os primeiros cristãos sofreram. Não é segredo para ninguém que no início do Cristianismo, os cristãos sofriam ferrenha perseguição dos romanos. Também foram tempos de martírio e de conversões, inclusive de líderes militares e políticos.  Paulo, por exemplo, perseguia cristãos até a sua conversão...
Foi o imperador Constantino que ordenou a construção de uma Basílica sobre o templo erguido no local do túmulo de São Pedro. Isso se deu entre 326 e 333... Há uma parte da exposição dedicada a este imperador romano e aos desenhos da primeira Basílica, produzidos a partir de achados arqueológicos.
Esplendores do Vaticano destaca a época em que Roma se tornou cristã, e apresenta mosaicos e outros exemplares da arte sacra medieval.
O papa Júlio II, que teve seu pontificado entre 1503 e 1513, tomou a iniciativa de derrubar a antiga igreja para erigir uma Basílica maior. Donato di Angelo di Pascuccio (Bramante) foi o arquiteto que, em abril de 1506, foi encarregado de desenhar a planta da igreja. A exposição apresenta o desenho primordial e vários outros que revelam as alterações que sofreu até que se configurasse a planta definitiva. Não foram poucos os arquitetos, artistas e papas que durante 120 anos se dedicaram à construção da Basílica.
Sabemos do empenho do papa Leão X em obter recursos com a venda das indulgências... Sabemos que essa iniciativa está no bojo da Reforma Religiosa iniciada por Martinho Lutero. Então a exposição não deixou de lado esses episódios. Objetos produzidos durante este processo (e também durante a Reforma Católica) são apresentados em Esplendores do Vaticano.
A arte da Roma Antiga serviu de inspiração para a arte Cristã... Em 1546 Michelangelo assumiu a direção dos trabalhos e então toda a sua genialidade foi colocada a serviço da Basílica... Há uma instalação que nos leva a andaimes e instrumentos diversos criados por Michelangelo para que o teto da Capela Sistina fosse concluído. E também podemos contemplar uma das cópias da Pietá... Para muitos, a joia da exposição.
O diálogo católico com o mundo conhecido a partir das missões religiosas também está representado na exposição. Vemos obras de arte relacionadas à religião e aos vários continentes. Os mapas expostos merecem destaque, bem como os objetos litúrgicos e as histórias relacionadas a essa arte... Figuras históricas, como Napoleão, despontam em meio aos temas.
Há a galeria Os sucessores de Pedro – Retrato Papal em que notamos os vários retratos e dados bibliográficos a respeito de cada um. Todos merecem atenção, mas muitos dedicam um pouco mais de tempo para o local onde está posicionado Pio XII (Eugenio Pacelli), que teve pontificado marcado pela época da ascensão do Nazismo e da Segunda Guerra Mundial. O texto destaca seus esforços pela paz e sua iniciativa de abrir o Vaticano a refugiados, tendo concedido cidadania a milhares de perseguidos pelo nazifascismo em tempos de ocupação alemã na Itália.
O último andar da Oca está reservado para um espetáculo de multivisão sobre a Capela Sistina. Há painéis que explicam detalhadamente cada parte do teto e no interior verificamos todo o esplendor do teto e paredes da Capela.
Na última parte vemos peças que se referem ao papado contemporâneo... Muitas fotografias e outras obras de arte podem ser observadas. À saída, temos uma área dedicada a João Paulo II e aos processos de beatificação santificação... O visitante pode colocar a mão sobre as mãos esculpidas a partir de moldes deixados pelo santo padre.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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