Às segundas feiras o ingresso é mais barato (e isso vale também para a meia entrada). Não por acaso optamos fazer a visita no dia 19. Nos três pavimentos da Oca estão instalados vários objetos religiosos, paramentos, livros, relicários, quadros e esculturas, além de documentos diversos que pertencem ao Vaticano.
A montagem da mostra é bem didática e leva-nos a conhecer a História da Basílica de São Pedro desde a descoberta do túmulo do apóstolo (ano 160) até a contemporaneidade.

Então há o destaque às perseguições que os primeiros cristãos sofreram. Não é segredo para ninguém que no início do Cristianismo, os cristãos sofriam ferrenha perseguição dos romanos. Também foram tempos de martírio e de conversões, inclusive de líderes militares e políticos. Paulo, por exemplo, perseguia cristãos até a sua conversão...
Foi o imperador Constantino que ordenou a construção de uma Basílica sobre o templo erguido no local do túmulo de São Pedro. Isso se deu entre 326 e 333... Há uma parte da exposição dedicada a este imperador romano e aos desenhos da primeira Basílica, produzidos a partir de achados arqueológicos.
Esplendores do Vaticano destaca a época em que Roma se tornou cristã, e apresenta mosaicos e outros exemplares da arte sacra medieval.
O papa Júlio II, que teve seu pontificado entre 1503 e 1513, tomou a iniciativa de derrubar a antiga igreja para erigir uma Basílica maior. Donato di Angelo di Pascuccio (Bramante) foi o arquiteto que, em abril de 1506, foi encarregado de desenhar a planta da igreja. A exposição apresenta o desenho primordial e vários outros que revelam as alterações que sofreu até que se configurasse a planta definitiva. Não foram poucos os arquitetos, artistas e papas que durante 120 anos se dedicaram à construção da Basílica.
Sabemos do empenho do papa Leão X em obter recursos com a venda das indulgências... Sabemos que essa iniciativa está no bojo da Reforma Religiosa iniciada por Martinho Lutero. Então a exposição não deixou de lado esses episódios. Objetos produzidos durante este processo (e também durante a Reforma Católica) são apresentados em Esplendores do Vaticano.

O diálogo católico com o mundo conhecido a partir das missões religiosas também está representado na exposição. Vemos obras de arte relacionadas à religião e aos vários continentes. Os mapas expostos merecem destaque, bem como os objetos litúrgicos e as histórias relacionadas a essa arte... Figuras históricas, como Napoleão, despontam em meio aos temas.
Há a galeria Os sucessores de Pedro – Retrato Papal em que notamos os vários retratos e dados bibliográficos a respeito de cada um. Todos merecem atenção, mas muitos dedicam um pouco mais de tempo para o local onde está posicionado Pio XII (Eugenio Pacelli), que teve pontificado marcado pela época da ascensão do Nazismo e da Segunda Guerra Mundial. O texto destaca seus esforços pela paz e sua iniciativa de abrir o Vaticano a refugiados, tendo concedido cidadania a milhares de perseguidos pelo nazifascismo em tempos de ocupação alemã na Itália.
O último andar da Oca está reservado para um espetáculo de multivisão sobre a Capela Sistina. Há painéis que explicam detalhadamente cada parte do teto e no interior verificamos todo o esplendor do teto e paredes da Capela.
Na última parte vemos peças que se referem ao papado contemporâneo... Muitas fotografias e outras obras de arte podem ser observadas. À saída, temos uma área dedicada a João Paulo II e aos processos de beatificação e santificação... O visitante pode colocar a mão sobre as mãos esculpidas a partir de moldes deixados pelo santo padre.
Um abraço,
Prof.Gilberto