sábado, 20 de novembro de 2010

Salve o Dia da Consciência Negra

Estou postando aqui outra publicação que fiz em blog da EMEF Teodomiro:
É claro que este blog não pode deixar de registrar algo sobre o 20 de novembro, o dia da Consciência Negra.
Durante muito tempo celebrou-se o 13 de maio como data de emancipação dos negros. Os acontecimentos que nos remetem a essa outra data estão relacionados à assinatura da Lei Áurea (1888) pela princesa Isabel, filha de Pedro II. Ainda hoje podemos notar logradouros, como o Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, que lembram aqueles acontecimentos. Há também, principalmente no interior, Blocos Carnavalescos chamados 13 de Maio...
Acontece que, historicamente, o 13 de Maio não significou exatamente a libertação nem trouxe dignidade aos ex-escravos. Eles foram colocados numa situação de miséria e sofreram as mais degradantes formas de discriminação. Uma análise de nossa realidade mostra que ainda hoje há muito a se fazer. Principalmente quando percebemos que entre os que vivem as mais precárias condições, os negros são a maioria. Essa situação se torna ainda mais dramática para a mulher negra.
Devemos viver dignamente!
Os nossos direitos não caem do céu... Já faz muito tempo que grupos de conscientização dos direitos e pela valorização da identidade afrodescendente atuam em nosso meio. Foram eles que insistiram pelo reconhecimento do 20 de Novembro como data significativa das lutas por igualdade e direitos em nosso país. Essas lutas devem encher-nos de orgulho ao conhecermos nossas origens e sabermos que pertencemos a uma rica identidade cultural.
O 20 de Novembro nos lembra as lutas dos africanos que foram trazidos à força para o Brasil para o trabalho escravo. Todos conhecem narrativas sobre os sofrimentos pelos quais passavam. Nesta data, em 1695, morria Zumbi, líder do Quilombo de Palmares. Todos nós sabemos também que os quilombos foram uma das principais formas de resistência à escravidão, de luta pela liberdade. É bom que se saiba que em todo o país existiram quilombos... Há diversos documentos que narram sobre a convivência de negros, índios e brancos que sofriam perseguições na sociedade dominada por senhores de engenho. Portanto, além de tudo, os quilombos também podem ser considerados lugares de tolerância e respeito às diversidades, de valorização da vida humana. A propósito, há um livro muito interessante de Georges Bourdoukan que narra sobre a participação de um judeu e um árabe em Palmares e sua integração na resistência.
Há muito a dizer, principalmente porque devemos cada vez mais constituir uma comunidade que valoriza suas raízes multiculturais, que busca formar cidadãos conscientes de seus direitos, que reconheçam que a igualdade e a paz devem prevalecer em nosso meio.

Um abraço,

Prof.Gilberto

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