segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A excêntrica família de Antônia - Uma conclusão

Indicação (14 anos)
Prezados,
Acho que todos perceberam que o texto que fiz é mesmo muito extenso. Acho também que todos concordam que não foi má ideia dividi-lo por esses dias. Eu, pessoalmente, considero que ficou uma “overdose” de família de Antônia... Mas pelas "estatísticas" do blog deu para notar que os que acessam com certa regularidade acompanharam as publicações. Por hoje, encerrando o ciclo, deixo aqui as conclusões que escrevi à época em que assisti ao filme (1997 ou 1998).

CONCLUSÃO

A excêntrica família de Antônia torna-se um excelente “objeto de estudo” sobretudo se relacionamos o filme a estudos acerca da “instituição família”.
No fim da fita (assim escrevi naquela ocasião) há uma mensagem que não poderia deixar de ser mencionada aqui. O filme se encerra com a afirmação de que “e assim, tanto quanto esta crônica, nada se conclui”. Será que não? Podemos, pelo menos, fazer algumas considerações acerca do filme e sobre como nossa sociedade está longe de viver a utopia da harmonia social que tantos fazem apologia... E que está tão presente na família nele retratada.
Acredito que o filme é muito bem aceito pela maioria das pessoas, principalmente quando visto pela primeira vez. É agradável... E penso que todos torcem para que tudo dê certo com Antônia e sua família. Mas é certo também que a maioria das pessoas que o assistem fazem parte de famílias completamente diferentes. Às portas do século XXI (nem preciso dizer que deixei este trecho como o escrevi na época) continuamos dizendo que “somos todos irmãos e que constituímos uma família universal”, só que cada vez mais nos cercamos de nossos familiares e achamos que eles são sempre o mais importante e essencial grupo para a nossa existência.
Muito do que sonhamos para a nossa realidade social não se concretizou. Principalmente depois que várias conquistas da humanidade tornaram a vida humana mais confortável... Parece que nos tornamos mais insatisfeitos. Talvez porque a comodidade adquirida não nos possibilita a paz interior que tanto almejamos. Talvez porque ainda haja muita desigualdade e nem todos tenham acesso ao bem estar social e, por isso mesmo, buscamos nos defender daqueles que são (pelo menos dizemos que são) “os nossos iguais” desfavorecidos. Assim, as pessoas têm medo e se encastelam, cada vez mais procuram se proteger. Dizemos que “os nossos filhos” não podem ser misturados àquelas crianças abandonadas nas ruas (que são “filhos dos outros”). O “problema do outro” não é meu e “nem de minha família”.

P.S:
Mas, o que é a família de Antônia? Como é constituída?
Todos os que a ela se juntaram fizeram parte da família. Entre eles não havia nenhuma discórdia, nenhuma intriga. E por quê? Porque estavam unidos por laços muito mais fortes do que o sangue. Estavam unidos pelo amor. Eles não eram felizes antes de se integrarem à “família do amor”, na qual todos sabiam muito bem o que deviam e o que podiam fazer. Nessa família não havia um chefe que ditava normas... E qualquer um podia deixá-la a qualquer momento, como foi o caso do padre após a morte de Letta. Todos tinham direito de participar das decisões, como foi o caso da discussão sobre o nascimento de Sarah, quando até as crianças da família participaram.
Um abraço,

Prof.Gilberto

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