sábado, 19 de agosto de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – enfim o bico de gás devidamente fechado; o “dia seguinte” se iniciou com a casa da Saville Row emudecida e fechada; colocando papéis em ordem; inquietações, ansiedade e angústias de Passepartout e Aouda

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/08/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_19.html antes de ler esta postagem:

Passepartout cuidou de fechar o bico de gás que queimou durante oitenta dias... Sabemos o quanto desejava resolver isso!
(...)
Ele se sentia muito intranquilo, e não era por acaso que vigiava o patrão em segredo... Receava que Fogg tomasse uma atitude extremada.
(...)
Aouda ocupava o quarto lhe foi reservado... Também ela estava aflita.
Evidentemente sentia-se angustiada. E tornou-se desesperada depois de ouvir do próprio Fogg que ele vinha planejando algo “funesto”. O que podia ser? A jovem não conseguia resposta para essa pergunta e tampouco tirava essa preocupação de seus pensamentos.

(...)

Pela manhã, Fogg havia solicitado a seu criado que providenciasse o desjejum de Aouda... Pediu que apresentasse suas desculpas por manter-se ausente (desde que chegaram Fogg se recolhera ao seu aposento). Naturalmente, depois de tanto tempo distante de casa, ele tinha de “colocar em dia” seus papéis. Salientou que à noite precisaria conversar com ela e por isso adiantava-se a pedir-lhe permissão.
Para si, Fogg pediu apenas uma xícara de chá e uma torrada.
(...)
Podemos imaginar o quanto Passepartout sofreu no momento em que recebia as ordens para o “programa do dia”. Sua consciência o torturava, pois não deixava de se considerar o maior culpado pelo trágico desfecho do projeto de seu estimado patrão.
Antes de se retirar, ele principiou a dizer que merecia ser amaldiçoado. Entretanto Fogg o interrompeu e sentenciou que não acusava ninguém. Na sequência ordenou que fosse cumprir suas obrigações.
Passepartout foi ter com Aouda e explicou-lhe tudo conforme lhe havia sido ordenado. Acrescentou em tom de lamentação que não tinha nenhuma “influência sobre o espírito” do patrão... E sugeriu que talvez a jovem pudesse fazer algo.
Aouda respondeu que Fogg não aceitava influências. Nem mesmo dela. Depois, também a lamentar-se, perguntou se alguma vez ele teria compreendido o reconhecimento que ela trazia em seu coração.
Ela não tinha dúvida de que não era razoável permitir que Fogg permanecesse isolado por muito tempo. Por fim, não escondeu a ansiedade pela conversa que teria com ele mais tarde.


(...)

Às onze e meia a torre do Parlamento acusou o horário em que costumeiramente Fogg se retirava para o clube.
Mas dessa vez ele não viu o menor sentido de repetir o seu antigo ritual... Certamente os companheiros de uíste o aguardaram na véspera até às oito e quarenta e cinco da noite. Evidentemente ele não apareceu no salão do clube conforme o combinado.
O leitor só pode concluir que os apostadores que se reuniram terminaram o dia celebrando vitória... O desafiante deixara o cheque assinado, portanto teriam apenas de solicitar ao banco o valor que seria entre eles dividido. Quatro mil libras para cada um!
(...)
Phileas Fogg permaneceu em casa cuidando de seus papéis. A casa continuou trancada...
Passepartout subiu e desceu as escadas diversas vezes, espiou pela fechadura para certificar-se de que o patrão ainda lidava com as tarefas que somente a ele diziam respeito.
O rapaz também pensou sobre Fix... E era com sinceridade que sentia que já não podia guardar rancor daquele tipo. Infelizmente ele cometera um sério erro em relação a Fogg... O policial cumpriu o seu dever e manteve-se firme no propósito de prender “o homem errado”.
Infelizmente devia haver muita gente que fazia juízos equivocados a respeito de seu patrão.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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