Fogg acertou o seu relógio com o da Customhouse, que marcava 13h:00.
Às 14h:00 pensou que se se livrasse do cárcere naquele instante ainda teria chance de vencer a aposta.
(...)
Trinta e três minutos depois, ouviu-se bater de portas. Phileas Fogg
reconheceu vozes. De repente a sala se abriu... Ele se espantou ao ver entrarem
Fix,
Passepartout
e Aouda... O policial estava transtornado e tinha os cabelos desgrenhados.
Atabalhoadamente, o
homem apressou-se a pedir desculpas. Acrescentou que havia ocorrido um erro
lamentável por conta de “uma semelhança deplorável”... O verdadeiro ladrão do
Bank of England já estava preso havia três dias!
Fogg
reagiu descarregando dois murros simultâneos contra o inspetor... Passepartout
aprovou a atitude e acrescentou que o patrão demonstrou como se aplicava o “soco-inglês”.
Fix resignou-se...
Nada disse. Ele bem sabia que merecia o castigo.
(...)
Fogg, Aouda e
Passepartout conseguiram uma condução rápida para a estação de trens. Às 14h:40
vemos o apressado inglês perguntando sobre os expressos para Londres...
Infelizmente o último havia partido a trinta e cinco minutos.
Como alternativa,
contratou um “trem especial” de “alta velocidade”... Devido a uma série de
questões de ordem administrativas, a máquina só teve condições de partir às
15h:00.
Restavam pouco mais
de cinco horas para que o prazo definido pelos apostadores do Reform Club se
esgotasse... Fogg acertou uma premiação extra com o maquinista.
Seus esforços foram em vão... O trem contratado por Fogg só chegou às
20:50 à estação de Londres. Cinco minutos de atraso!
A aposta estava perdida.
(...)
Após deixarem a estação, Fogg deu ordens a
Passepartout para que comprasse mantimentos.
A noite que se seguiu
foi de tormentos...
No dia seguinte, as portas e janelas da residência da Saville Row
permaneceram fechadas... Quem passasse em frente sequer imaginaria que o local
voltara a ser habitado.
(...)
A
aposta estava perdida...
Que não se pense que
Fogg passou a adotar uma postura deprimida ou de revolta por conta do
infortúnio do qual havia sido protagonista. Permaneceu impassível diante da
realidade. Era bem verdade que o culpado de toda aquela situação era o desastrado
inspetor Fix. Mas no final das contas ele era o arruinado.
Obstáculos
diversos e muitos perigos foram superados durante a “volta ao mundo em oitenta
dias”. Apesar de todas as dificuldades, ele não perdeu as oportunidades de “praticar
o bem pelo caminho”.
Cinco minutos! Fora
derrotado por uma circunstância que sequer podia imaginar...
As vinte mil libras
que estavam depositadas no banco dos irmãos Baring teriam de ser repassadas aos
apostadores do Reform Club.
Restava bem pouco da
considerável soma que levara para a longa viagem...
Fogg
estava mesmo arruinado.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/08/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_36.html
Leia: A
Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto