É bom que se saiba que a história está chegando ao final...
Vimos que Fogg se acertou com Aouda... Passepartout deixou a casa da Saville Row para contatar o reverendo Samuel Wilson e marcar o casamento do patrão com a jovem.
Mas estamos neste ponto em que Verne trata de apresentar um pouco da ansiedade dos apostadores do Reform Club às vésperas do encontro do dia 21 de dezembro...
Vimos que a viagem ao redor do mundo em oitenta dias voltou a ser discutida pelas pessoas logo depois da prisão de James Strand. Os cavalheiros que toparam a aposta lembraram que o prazo final se aproximava, então algumas suposições afloravam... Fogg estaria vivo? Se afirmativo, teria desistido do projeto? Estaria irremediavelmente atrasado?
(...)
Os apostadores do Reform Club chegaram a telegrafar para a América e
também para a Ásia. Esperaram notícias do ilustre cavalheiro. Mas não obtiveram
respostas.
Os
dias e noites foram de atenção à casa de Fogg. Vigiavam-na com todo rigor! A
polícia se esforçou para conseguir informações precisas, mas nem mesmo do
detetive Fix conheciam o paradeiro!
O caso tornara-se
ainda mais grave porque todos já sabiam que o tira dedicara-se à perseguição de
“uma pista falsa”!
(...)
Vimos
que esse panorama reacendeu as apostas.
A espetacular viagem empreendida
pelo excêntrico cavalheiro voltou a ser debatida nas mais diversas rodas.
Quem ainda se
mantinha convicto do sucesso de Fogg era Lord Albermale, o velho paralítico que
passou a aceitar apostas na base de 1 para 1.
No sábado à noite,
uma multidão acorreu para a Pall Mall e adjacências. A aglomeração era maior
nas proximidades do Reform Club... Ali, o assunto era um só: “Phileas Fogg”.
Os policiais tiveram
muita dificuldade para conter as discussões mais acaloradas.
(...)
No principal salão do Reform Club estavam reunidos, desde às nove da
manhã, os apostadores John Sullivan e Samuel Fallentin (banqueiros), Andrew
Stuart (engenheiro), Gauthier Ralph (administrador do Bank of England) e Thomas
Flanagan (cervejeiro).
Às oito e vinte e cinco da noite, Stuart lembrou a todos que em vinte
minutos o prazo estabelecido se esgotaria.
Flanagan quis saber do último trem vindo de
Liverpool... Gauthier Ralph informou que a composição havia chegado às 19h23 e
que o próximo trem era esperado à meia-noite e dez.
Stuart concluiu que
se Phileas Fogg estivesse no trem das 19h23 teria se dirigido ao clube... Para
o engenheiro a aposta já estava definida. Eles venceram!
Fallentin observou que a prudência recomendava que aguardassem...
Sobretudo porque todos reconheciam a excentricidade de Fogg, cuja “exatidão”
era bem conhecida. Era de se esperar que ele aparecesse “no último minuto”.
Stuart
não acreditava que o desafiante aparecesse. Flanagan concordou, pois entendia
que a ideia de Fogg era das mais insensatas. De nada adiantaria sua “exatidão”
diante dos inevitáveis atrasos e incidentes.
Sullivan lembrou que
não obtiveram notícias de Fogg. E destacou que os fios de telégrafos estavam
espalhados por todo itinerário.
Stuart
sentenciou que Fogg só podia ter perdido a aposta. Trouxe um dado relevante a
respeito do “China”, o “único navio de Nova York” em condições de trazê-lo a
Liverpool com tempo suficiente para vencer o desafio. O “Shipping Gazette”
informara a lista dos passageiros que desembarcaram no dia anterior. O nome de
Fogg não estava entre eles.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/08/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_24.html
Leia: A
Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto