domingo, 12 de setembro de 2010

11/09

imagem extraída de pt.wikipedia.org/wiki/Word_Trade_Center

(11/09/2010;09:30)

Este não é um texto didático.

Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, uma terça-feira, eu estava com a minha mulher no Hospital do Servidor Público Estadual. Aguardávamos um exame de sua gravidez e o agendamento do parto de nossa filha. Conversávamos normalmente quando as atenções de todos se voltaram para o aparelho de TV. Ao verem as imagens na televisão, os que ali estavam ficaram perplexos. Eu, particularmente, fiquei pensando no pequeno e indefeso ser humano que estávamos colocando no mundo... Que mundo! As cenas transmitidas ao vivo faziam-nos pensar em algo como a destruição da maior cidade do país mais poderoso do mundo. A crueldade se manifestava nas cenas em que pessoas comuns viam-se sem defesas contra aviões se chocando contra os edifícios símbolos daquele país e de seu modo de viver.

A maioria de nós sabe dos episódios de nove anos atrás: Os ataques suicidas levaram milhares de pessoas à morte em Nova York. A cidade ficou por um bom tempo envolvida por uma espeça cortina de fumaça originada das explosões e dos escombros. Houve também o ataque ao Pentágono, que é a sede do departamento de defesa dos Estados Unidos, mas dele pouco se diz. Não foram poucos os que acharam que uma guerra ainda maior que a de 1939 teria início. Não demorou e muita gente passou a demonizar os mulçumanos porque, para os americanos, a organização liderada por Bin Laden (Alqaeda) planejou e levou a cabo os atentados. A partir de então seguiu-se a “guerra ao terror” contra países taxados pelo presidente norte-americano de então, George W. Bush, como pertencentes ao “eixo do mal”. Assim, Iraque e Afeganistão sofreram invasões e até hoje sofrem consequencias dos pesados bombardeios norte-americanos. Sabemos que o terrorismo e, talvez o pior, as ameaças de atentados, não foram derrotados.

Muitos documentários sobre a tragédia foram feitos, e novos textos e filmes aparecem a cada ano. É claro que esse material todo não deixa passar despercebido o fato de Osama Bin Laden ter sido treinado e apoiado pelos Estados Unidos na década de 1980 para a guerra contra o inimigo de então, a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Ou ainda a coincidência de que no 11 de setembro de 1973 os Estados Unidos haviam sido os apoiadores do golpe no Chile contra o presidente socialista Salvador Allende. E, além de tudo isso, as motivações dos atentados a partir da expectativa terrorista e as dificuldades a que os mulçumanos enfrentam em Regimes Fundamentalistas, notadamente as mulheres e as crianças, sempre são destacadas.

Na época de minha infância e adolescência vivíamos sob as expectativas de a qualquer momento algum maluco detonar as fatais bombas que destruiriam todo o planeta. Os daquela época pensavam: ninguém merece! Eram os tempos da guerra fria e as maiores potências mundiais eram inimigas ferrenhas e estavam “armadas até os dentes” com as mais potentes máquinas de matar. Podemos dizer que esse tempo passou e uma “nova ordem” teve início. Pertenço, então, à geração que se formou em tempos de terror e de lutas por liberdade política e de expressão. Queríamos, sobretudo, paz. Muitos pensaram que o alívio havia chegado quando o Regime Militar acabou em nosso país, o muro de Berlim caiu, ou quando a União Soviética se esfacelou. Mas não foi bem assim. A redemocratização do Brasil foi traumática e o primeiro presidente eleito após longos anos sofreu o processo de impeachment. Na antiga área de influência soviética teve início uma série de conflitos que fizeram surgir novos países ao custo de destruição e mortes. Máfias poderosíssimas se apoderaram de armamentos nos países desmantelados do leste europeu... Cada vez mais frequentes são as notícias sobre os avanços nucleares do Irã e Coréia do Norte, também do eixo de Bush...

Mesmo assim alguns falavam em fim da História... Mas a História não acabou. E não acabará enquanto existirem sociedades humanas e seus confrontos umas contra as outras e contra as tragédias naturais. Enquanto percebermos sua busca por bem estar e compreensão da realidade existente e passada, veremos a História acontecer. Acontecimentos como os dos 11 de setembro não são isolados, eles são “cenários” dessa História. Nós, utopicamente, esperamos que a paz e a dignidade sejam realidades para todos.

Um abraço,

Prof.Gilberto

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