
“Ocupação Ilê Aiyê” não deixou de expor cenas do último desfile e sua vibração...
Todos os anos a associação promove a “Noite da Beleza Negra”, momento em que a comunidade elege a rainha do desfile carnavalesco. A escolhida recebe ainda o título de Deusa do Ébano.
Muito significativa foi a exibição (em tela) do encontro de Mirinha Cruz e Jéssica Nascimento, respectivamente primeira rainha (de 1976) e rainha do último ano.
Evidentemente a exposição não poderia deixar de destacar o terreiro de Candomblé do Curuzu, lugar sagrado da religião de todos os membros do Ilê Aiyê.
Depoimentos e imagens de renomados cantores da Música Popular Brasileira e de vários integrantes do Ilê Aiyê colocam em proeminência esse vínculo. Entre eles está Hildelice dos Santos, filha de Dona Hilda.
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O jornal refutou a
iniciativa também por considerar que no Brasil “não temos felizmente problema
racial” e que isto “é uma das grandes felicidades do povo brasileiro”.
A título de sugestão,
o texto indicava que esperava que o bloco ressurgisse modificado no próximo
ano. E concluía sua crítica ao garantir que a inconformidade dos integrantes do
bloco estreante se justificava na medida em que pretendiam “somar aos
propósitos da luta de classes o espetáculo da luta de raças”. Todavia, ainda de
acordo com o jornal, ao procederem daquela forma, denunciavam “a origem ideológica
a que estão ligados”.
O recorte apostava
que a iniciativa não tinha a menor chance de dar certo, já que tinha certeza de
que em nossa sociedade a harmonia reina “entre as parcelas provenientes das
diferentes etnias”.
(...)
O texto deixa claro que o Ilê Aiyê estava protestando contra a Igreja
Católica que, através do Cardeal (Don Lucas Moreira Neves), posicionou-se
contrária à celebração de uma missa pelos 20 anos de atividade do bloco.
O recorte destaca a posição oficial do “Grupo Cultural Olodum” e suas
severas críticas à Igreja como “Instituição racista e discriminatória”,
historicamente vinculada à “articulação e manutenção do tráfico e sistema
escravagistas” e última a “apoiar a campanha abolicionista”.
O
Olodum juntou-se ao Ilê Aiyê no protesto e marcou presença em “ato ecumênico no
Pelourinho” com representantes católicos e do candomblé diante da “igreja do
Rosário dos Pretos” que permaneceu de portas fechadas.
Indicação (livre)
Um abraço,
Prof.Gilberto