Os dias têm sido de altas temperaturas...
Isso nos derruba, sentimo-nos menos dispostos e como que cravados no cansaço pelo intenso calor.
Agora que a chuva resolveu desabar sobre esta parte da cidade veio-me inspiração para escrever algo sobre “A biblioteca à noite”, exposição que está até o dia 10 de fevereiro no prédio do Sesc da Avenida Paulista.
O que posso registrar a respeito? Gostaria tanto de indicá-la que me vejo na necessidade de esclarecer que não se trata de uma exposição totalmente aberta e que é preciso acessar ao site da instituição para preencher sua intenção de visita. Há vários horários disponíveis, mas a quantidade de vagas para cada um deles é limitada.
(...)
Conseguimos o
agendamento para 16/janeiro às 12:00.
Logo
que chegamos, fomos informados de que devíamos seguir ao 5º andar... Uma
recepcionista conferiu a nossa inscrição e nos autorizou a seguir por um
corredor escuro. No fim dele havia os bancos onde o grupo se concentrou para
aguardar o início da visita.
Um solícito monitor
nos explicou que entraríamos numa sala que reproduz a biblioteca que Alberto
Manguel, escritor argentino que conviveu com Jorge Luis Borges na década de
1960, possuía na França. Ficamos sabendo também que a exposição se guia pelo
seu livro “A Biblioteca à Noite” (2006), e que Robert Lepage (ator, diretor e
artista visual canadense), que dirige a Ex Machina, se inspirou em sua produção
textual para organizar a exposição...
(...)
Tivemos tempo para
observar a biblioteca, um ambiente maravilhoso para todos os que não conseguem
enxergar a própria existência se esta não estiver junto aos livros...
Ficamos sabendo ainda
que a biblioteca original se localizava no Vale do Loire, França, onde Manguel
a instalou depois de se tornar proprietário de uma casa (paroquial que possuía
o galpão onde a biblioteca foi organizada) de aldeia que data da Idade Média.
Depois de restaurar o que eram ruínas, o escritor criou o seu lar dotado do
ambiente propício à introspecção e às leituras.
Nos acomodamos nos assentos da biblioteca e ouvimos trechos do referido
livro enquanto pequenas vidraças acusavam uma torrencial chuva carregada da
sonoridade tão apropriada para as horas de leitura e reflexão junto aos livros.
Tudo muito aconchegante...
Nos trechos da narrativa, Mangel descreve sua biblioteca, alguns dos
livros (o acervo chegou a mais de trinta mil) e os objetos nas paredes e
prateleiras. Cada um deles evoca uma lembrança, um esquecimento, um sentimento,
uma ansiedade ou perda.
Temos vontade de permanecer ali mesmo...
É
quase a mesma sensação que temos ao lermos um livro que não queremos que as
últimas páginas sejam vencidas simplesmente porque sua leitura é imensamente prazerosa.
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2019/01/biblioteca-noite-no-sesc-paulista-o_21.html
Um abraço,
Prof.Gilberto