segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

“Biblioteca à Noite” no Sesc Paulista – O universo das grandes bibliotecas do mundo em realidade virtual - Primeira Parte; um pouco sobre a exposição e a biblioteca de Manguel na França

São Paulo, 17 de janeiro – 2019.

Os dias têm sido de altas temperaturas...
Isso nos derruba, sentimo-nos menos dispostos e como que cravados no cansaço pelo intenso calor.
Agora que a chuva resolveu desabar sobre esta parte da cidade veio-me inspiração para escrever algo sobre “A biblioteca à noite”, exposição que está até o dia 10 de fevereiro no prédio do Sesc da Avenida Paulista.
O que posso registrar a respeito? Gostaria tanto de indicá-la que me vejo na necessidade de esclarecer que não se trata de uma exposição totalmente aberta e que é preciso acessar ao site da instituição para preencher sua intenção de visita. Há vários horários disponíveis, mas a quantidade de vagas para cada um deles é limitada.
(...)
Conseguimos o agendamento para 16/janeiro às 12:00.
Logo que chegamos, fomos informados de que devíamos seguir ao 5º andar... Uma recepcionista conferiu a nossa inscrição e nos autorizou a seguir por um corredor escuro. No fim dele havia os bancos onde o grupo se concentrou para aguardar o início da visita.
Um solícito monitor nos explicou que entraríamos numa sala que reproduz a biblioteca que Alberto Manguel, escritor argentino que conviveu com Jorge Luis Borges na década de 1960, possuía na França. Ficamos sabendo também que a exposição se guia pelo seu livro “A Biblioteca à Noite” (2006), e que Robert Lepage (ator, diretor e artista visual canadense), que dirige a Ex Machina, se inspirou em sua produção textual para organizar a exposição...
(...)
Tivemos tempo para observar a biblioteca, um ambiente maravilhoso para todos os que não conseguem enxergar a própria existência se esta não estiver junto aos livros...
Ficamos sabendo ainda que a biblioteca original se localizava no Vale do Loire, França, onde Manguel a instalou depois de se tornar proprietário de uma casa (paroquial que possuía o galpão onde a biblioteca foi organizada) de aldeia que data da Idade Média. Depois de restaurar o que eram ruínas, o escritor criou o seu lar dotado do ambiente propício à introspecção e às leituras.
Nos acomodamos nos assentos da biblioteca e ouvimos trechos do referido livro enquanto pequenas vidraças acusavam uma torrencial chuva carregada da sonoridade tão apropriada para as horas de leitura e reflexão junto aos livros. Tudo muito aconchegante...
Nos trechos da narrativa, Mangel descreve sua biblioteca, alguns dos livros (o acervo chegou a mais de trinta mil) e os objetos nas paredes e prateleiras. Cada um deles evoca uma lembrança, um esquecimento, um sentimento, uma ansiedade ou perda.
Temos vontade de permanecer ali mesmo...
É quase a mesma sensação que temos ao lermos um livro que não queremos que as últimas páginas sejam vencidas simplesmente porque sua leitura é imensamente prazerosa.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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