Rubens estava mesmo disposto a atirar em Chumbinho... Exigiu que o garoto permanecesse onde estava... Sua arma tinha mira certeira, mas ao voltar sua atenção para o pequeno, não deu conta de que Calu poderia agir, ainda que estivesse algemado.
Aconteceu que Calu golpeou o braço do bandido com muita violência. E completou o seu ataque com uma forte cotovelada no estômago do outro. Um tiro foi disparado, mas a bala assassina acabou atingindo o teto... Na confusão, Rubens deixou a arma escapar, e quando deu por si viu que ela estava em poder de Chumbinho, que a apontava contra ele.
Ao que tudo indica, por ocasião da reunião na diretoria do Elite, o menino não tinha sentido a menor simpatia por Rubens... Chumbinho, de arma em punho, mostrou-se muito bravo, e esbravejou exigindo que o tipo ficasse bem quieto.
Caspérides ficou encantado ao presenciar a valentia dos meninos... Enquanto o bioquímico manifestava o seu contentamento, Calu recolhia as chaves das algemas que estavam no bolso de Rubens. Porém, no instante mesmo em que trancava os punhos do vilão, os três funcionários brutamontes e trapalhões da “Pain Control” (Fera, Animal e Coisa) apareceram na porta.
(...)
Mais uma vez a sorte parecia ter mudado de lado. Rubens foi dizendo para
os capangas socorrê-lo... Mas eles mesmos disseram que não podiam fazer nada,
pois estavam desarmados. É que eles haviam sido capturados pelo detetive
Andrade, que, acompanhado por Magrí e Crânio (ainda vestidos como mendigos), os
seguia de perto com um revólver.
Os quatro “karas” não tinham como segurar a emoção
pelo reencontro... Chumbinho esclareceu que Miguel devia estar correndo sério
perigo no ginásio, onde cerca de vinte funcionários tentavam agarrá-lo.
Andrade quis saber onde ficava o ginásio, mas Chumbinho explicou que não
teriam a menor chance contra o grande número de comandados do Doutor Q.I. Além
disso, eles poderiam usar Miguel e os demais garotos como reféns...
Chumbinho esclareceu que Miguel havia planejado uma saída... Tudo estava
encaminhado, porém a chegada do Rubens interrompeu o projeto.
(...)
Andrade providenciou mais duas algemas e assim puderam prender os quatro
bandidos à maçaneta da porta. Ele entendeu que o melhor que tinham a fazer era
ajudar Chumbinho a encontrar a chave da eletricidade da “Pain Control”.
(...)
De fato, Miguel acabou dominado pelos funcionários da “Pain Control”...
Ele percorreu o ginásio por um bom tempo sem ser alcançado. Não podemos dizer
que a sua captura tenha sido uma catástrofe... Pelo visto ele esperava mesmo
manter aquele pessoal atento aos seus movimentos enquanto Chumbinho cumprisse a
principal parte do plano.
Depois que religaram a tela
de comunicação, a silhueta do Doutor Q.I. apareceu e sua voz metalizada
pronunciou a grande decepção com a decisão tomada por Miguel... O chefe da “Pain
Control” disse que a sua iniciativa havia sido infantil demais, já que ele não
teria a menor chance de escapar dos domínios da fábrica.
De repente a falação
do Doutor Q.I. se interrompeu... É que ele notou que a “Cobaia 20” não estava
no ginásio com as demais, e no mesmo instante concluiu que aquilo fazia parte
de um plano de Miguel... Os incompetentes funcionários não perceberam que na
verdade estavam sendo enganados por ele enquanto o nº 20, justamente aquele que
ficara sem tomar o reforço da droga, escapava e certamente tramava contra a
organização.
Os submissos empregados lamentaram e quiseram
apresentar desculpas... Mas o furioso Doutor Q.I. não aceitou e respondeu que
ele mesmo trataria de investigar o estrago acionando as telas espalhadas por
toda “Pain Control”.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/07/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_9.html
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto