Crânio explicou a Magrí que Miguel havia se enganado... Na verdade, Andrade era o detetive no qual podiam confiar, enquanto que Rubens era o infiltrado... Certamente Calu havia sido enganado por ele e devia estar num apuro terrível.
(...)
Magrí e Crânio contaram tudo o que sabiam a respeito do caso da “Droga
da Obediência”. E eles estavam muito bem embasados pelas leituras que fizeram
do arquivo que copiaram do computador de Caspérides.
Andrade ficou animado ao
ouvir os dois “karas”, mas não podia esconder a sua frustração ao saber que
durante muito tempo trabalhou com Rubens e que a única pista do mistério
estivera no cárcere da delegacia... Magrí explicou como foi que Crânio
raciocinou e chegou à conclusão de que Zé da Silva e Caspérides eram uma só
pessoa...
Para o detetive só podia haver um lugar para onde
Rubens levaria Calu e Caspérides: o mesmo onde os garotos sequestrados
estavam... Magrí esclareceu que esse era o maior problema porque não tinham a
menor ideia de onde ficava o tal lugar.
Neste ponto da conversa, Crânio disse que havia um modo de saberem.
(...)
Crânio entendeu que deveriam seguir os três
atrapalhados capangas do Doutor Q.I... É por isso que, ainda disfarçado de
mendigo, se aproximou do carro preto que estava na rua onde Caspéride morava.
No interior do veículo os tipos discutiam sobre a situação complicada em que
estavam metidos... Lamentavam por não terem capturado o bioquímico, que escapou
no centro da cidade no mesmo momento em que um banco era assaltado... Apesar de
corpulentos, morriam de medo de mais uma vez falhar e, assim, provocar a ira do
enigmático chefe.
Estavam envolvidos nessas discussões quando o garoto maltrapilho jogou
um bilhete no interior do carro e correu pela calçada... Até para lerem o que
estava escrito fizeram confusão... O bilhete dizia que o chefe queria vê-los
imediatamente e, por isso, deviam correr...
Apavorados como estavam, Fera, Animal e Coisa não perderam tempo e
saíram em alta velocidade em direção à ”Pain Control”... Eles não sabiam que em
seu encalço estava o carro conduzido por um homem gordo, que também levava um
casal de jovens mendigos.
(...)
Na “Pain Control” o caos estava estabelecido... Os funcionários haviam
arrombado a porta do ginásio e ouviam os gritos do Doutor Q.I. exigindo que Miguel
fosse detido vivo... O líder dos “karas” escapava em meio a equipamentos de
ginástica e garotos idiotizados... A “Cobaia 14” continuava a correr na
esteira, já os demais permaneciam entorpecidos e estáticos, como que aguardando
alguma ordem.
Chumbinho escapou do ambiente e, conforme havia combinado com Miguel,
percorreu outras instalações da fábrica... Os empregados estavam ocupados na
perseguição ao líder dos “karas”, então, de certa forma Chumbinho prosseguia em
sua missão sem grandes pressões. O garoto notou que as telas de comunicação do
Doutor Q.I. estavam desligadas nos caminhos que percorria, e isso também o
aliviava.
A tarefa de Chumbinho
consistia em descobrir e desligar a chave principal da energia elétrica. Ele
viu que as janelas eram fechadas e vedadas de tal modo que as pessoas do lado
de fora não tinham condições de saber o que ocorria no interior da “Pain
Control”. Seguia pensando sobre essas coisas quando foi surpreendido por uma
porta que se abriu violentamente... Assustou-se ao ver Calu e o bioquímico
Caspérides algemados. Então quis saber o que estava acontecendo.
Calu teve tempo de gritar para o amigo fugir o
mais rápido dali. Mas atrás dele apareceu o detetive Rubens apontando uma arma
para Chumbinho e exigindo que ele não saísse dali.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/07/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_8.html
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto