sexta-feira, 11 de julho de 2014

“A droga da obediência”, de Pedro Bandeira – garotos e garotas que saíam do estado de entorpecimento entenderam as explicações de Miguel; Doutor Q.I. lamenta a posição ideológica do líder estudantil; bombeiros chegam à “Pain Control”, funcionários se rendem

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/07/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_9.html antes de ler esta postagem:

Miguel sentiu que devia mesmo acabar de despertar os estudantes que saiam do estado de entorpecimento... Foi deixando claro que eles haviam sido sequestrados por uma quadrilha sinistra e perigosa... Falou que ficaram sob o efeito da Droga da Obediência por várias semanas e que era por isso que estavam naquele estado letárgico.
Os funcionários ameaçaram atirar em Miguel se ele não parasse de falar... Mas nem ele se sentia intimidado nem os tipos demonstravam coragem para uma atitude mais radical... O intercomunicador do ginásio voltou a transmitir a voz distorcida do Doutor Q.I. que, ao focalizar novamente o recinto, ficou estarrecido quando notou que o garoto estava mantendo uma palestra com as cobaias... Os meninos e as meninas se entreolhavam e pareciam que aos poucos começavam a entender o que tinha ocorrido.
O Doutor Q.I. exigiu que os dois empregados calassem a boca de Miguel... Mas era tarde demais porque eles já estavam sendo sufocados pela fúria dos dezessete jovens estudantes, que conseguiram subtrair-lhes as armas de fogo... Imobilizados, os tipos nada mais podiam fazer.
(...)
Raivosamente, mas também em tom de apelo, o Doutor Q.I. se dirigiu a Miguel... Disse que ele não sabia o que estava fazendo... Argumentou que o maior sonho da humanidade estava sendo destruído por ele... A obediência absoluta era algo sonhado por séculos... As experiências já haviam adiantado muitas conclusões e, também por isso, a atitude de Miguel representava a “destruição do futuro”.
Miguel respondeu que fazia o contrário... Em sua opinião, estava salvando o futuro, pois destruía o louco sonho de um paranoico que desejava dominar a humanidade... E completou garantindo que são a capacidade de criticar e de desobedecer que fazem as pessoas se tornarem humanas no sentido mais pleno.
(...)
A raivosa discussão chegou ao fim. O Doutor Q.I. disse que o rapaz poderia ter se juntado ao projeto... Miguel respondeu que a realidade de mundo que imaginava não tinha lugar para pessoas como o vilão.
Não houve prosseguimento porque repentinamente a tela se apagou, e dessa maneira a voz distorcida foi silenciada.
Das imediações da “Pain Control” ouviam-se sirenes escandalosas... Eram viaturas do corpo de bombeiros.
(...)
Os bandidos foram surpreendidos bem no instante em que derrubavam a pesada porta do laboratório. Os bombeiros quiseram saber o que estava ocorrendo e tudo o que conseguiram detectar foi a agressiva reação dos tipos que apontavam armas contra eles.
Os disparos só não foram efetuados porque de um momento para outro todas as luzes se apagaram. Não se via nada... Os funcionários se desesperaram e começaram a implorar por alguma ordem do patrão.
Em meio ao caos que se estabeleceu a voz do Doutor Q.I. anunciou que não havia mais o que fazer. Estavam derrotados e que o melhor era se renderem. Acostumados a obedecer, os empregados largaram as armas no chão.
(...)
As luzes voltaram a se acender. O detetive Andrade assumiu o controle e, de revólver em punho, exigiu que os bandidos levassem as mãos à cabeça... Magrí, Calu e Crânio tomaram posse das armas dos bandidos.
É claro que os bombeiros que haviam chegado estavam impressionados com o que presenciaram e quiseram saber o que estava ocorrendo... Andrade identificou-se, esclareceu que o alarme de incêndio era falso, e pediu que os ajudassem a prender os criminosos.
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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