quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – o misterioso esposo conversa com Psique; ele promete garantir a satisfação de todas as suas necessidades; ela não o enxerga e faz perguntas sobre a sua condição de “exilado”; triste, Psique pensa em sua atribulada existência

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_7.html antes de ler esta postagem:

O misterioso marido trocou palavras breves com a esposa. Psique o ouvia, mas não conseguia saber de onde ele estava falando...
Ele explicou que não precisava se preocupar com isso... Quis saber se ela estava sendo bem tratada.
Psique disse que os empregados haviam sido bons com ela, embora estranhasse alguns de seus hábitos... A esse respeito, o esposo esclareceu que era natural, já que cada povo possui costumes e credos próprios... Citou as várias civilizações da antiguidade para justificar o que dizia, e deu o exemplo de como o povo da “Terra do Sol Nascente” representa a divindade equivalente ao Zéfiro grego... Lá ele “é representada por um dragão com corpo de homem” e se chama Fujin...
Depois falaram mais sobre Zéfiro, que Psique considerou muito simpático... O esposo misterioso confirmou que Zéfiro era mesmo um deus muito bom. Mas alertou que ela jamais poderia trair sua confiança, pois “o vento é um elemento surpreendente” e Zéfiro era capaz de lançar mão de vários de seus recursos poderosos para se vingar.
Psique quis saber por que o marido tinha de viver naquele lugar distante e de todos e numa época já passada... Na opinião dela não havia dúvida de que se tratava de um banimento... Ele respondeu que nada demais havia ocorrido e que a situação se explicava pelo fato de ele ter uma aparência monstruosa desde que nascera...
Esclareceu que tinha sofrido uma injustiça e é por isso que devia viver ali, mas não se importava porque aceitava sua condição e vivia em paz...
Ela queria enxergá-lo e perguntou por que ele se tornava invisível aos seus olhos... Ele respondeu que tinha motivos justos para não se revelar, mas destacou que a faria muito feliz e que nunca deixaria de atender a seus pedidos... Esclareceu que não queria provocar desgostos a ela. Permaneceria invisível porque desejava que ela o amasse em vez de repudiá-lo.
Tentando passar confiança ao outro, Psique disse que não dava importância à beleza exterior. Mas ele arrematou que tinha motivos para não se apresentar fisicamente, pois ela nunca compreenderia a sua situação. Depois disse “Se o amor é realmente cego” viveriam muito bem daquela forma. Psique procurou alentar o esposo. Em sua opinião, por se tratar de um semideus, nem precisaria de se preocupar com aparências.
Ele se despediu dizendo que preferia ser um mortal amado a ser um “deus bastardo” odiado, mas não entrou em maiores detalhes... Esclareceu que precisaria de se ausentar e que voltaria pela madrugada... Disse que não a incomodaria e, assim, ela poderia aproveitar uma boa noite de sono em aposento exclusivo. Garantiu que os empregados a serviriam fielmente.
Com isso certamente Psique poderia contar.
(...)
Ela ficou sozinha e refletiu sobre sua condição. A aparência monstruosa do marido não a incomodava...
Mas ele parecia não entender dessa forma. Psique chorou porque concluía que ele manifestava indiferença em relação aos seus sentimentos e condição.
(...)
Dois anos se passaram e a situação política do reino se tornou extremamente instável.
O sumiço da caçula da família real não tinha explicações... Mas os comentários dos súditos giravam em torno do fracasso dos casamentos de Téssora e de Magnetes...
A esse respeito trataremos na próxima postagem.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas