domingo, 12 de janeiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Zéfiro aparece ao rei e a rainha trazendo uma carta de Psique; a caçula dá notícias de seu casamento e vida no castelo; Téssora e Magnetes poderiam visitá-la; o deus do Vento conversa com os monarcas, brinca se diverte com atemporalidades e os confunde

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_4027.html antes de ler esta postagem:

A troca de insultos e injúrias entre o rei e a rainha prosseguiu.
O dia tornou-se chuvoso como consequência da irritação de Zeus com o desentendimento do casal que parecia não ter fim...
Ela gritou “Que Atena o deixe ignorante, sem conhecimentos!”; ele devolveu “Que Zéfiro a sopre daqui para outro mundo!”...
(...)
E foi nesse momento que o próprio Zéfiro apareceu para ambos. Chegou como se fosse mensageiro comum, e começou a se comunicar através de suas rimas... Disse que deviam parar com as ofensas, pois até Zeus se manifestava lançando forte intempérie sobre a região. Depois esclareceu que tinha um compromisso ali, já que havia chegado para levar suas filhas ao castelo de Psique.
Essas palavras serviram como que um freio às trocas de agressões, pois o rei e a rainha quiseram saber se o outro podia revelar-lhes algo sobre a caçula. A divindade respondeu afirmativamente e entregou uma carta da própria Psique ao pai.
Sabemos que isso só era possível graças ao domínio que ela tinha do alfabeto fenício.
(...)
Em síntese a mensagem esclarecia que as notícias não haviam sido enviadas antes porque Zéfiro andava muito ocupado; revelava que o início do casamento havia sido de muitas dificuldades, mas com o passar do tempo a situação mudou e ela se sentia muito feliz; definia o marido como bom e generoso; a montanha mágica  e o palácio “perdido no tempo” eram perfeitos.
A carta também fazia referências positivas aos empregados egípcios. Mas o trecho mais importante era um em que Psique anunciava que seu marido autorizava a visita de Téssora e Magnetes...
(...)
Sem dúvida as notícias eram bem positivas, mas o rei não pôde deixar de protestar sobre a filha não se referir nem a ele e nem à rainha, que também desejavam visitá-la. Então Zéfiro esclareceu que ele não teria condições de carregar tantos de uma só vez... A rainha notou o modo como o mensageiro explicava a própria função, então lhe perguntou sobre sua identidade, já que falava como se fosse dotado de asas.
Zéfiro respondeu que não tinha asas, mas podia viajar rapidamente pelos continentes. Imediatamente o rei se ajoelhou por ter reconhecido o deus do Vento. A divindade esclareceu que “sim”, estava ali “em ar e osso”, mas fez questão de dizer que a reverência era desnecessária e que as duas filhas deviam ser chamadas imediatamente para serem conduzidas ao Egito Antigo.
(...)
Mais uma vez Zéfiro se viu embaraçado por se referir ao tempo passado em que Psique se encontrava (2.500 antes de Cristo)... Rei e rainha perguntaram quem era Cristo... Ele nada respondeu e, em vez disso, advertiu-se por não controlar a língua, pois certamente Zeus poderia castigá-lo transformando-o “num corvo que fala poesia”... Ou então não lhe forneceria mais “ingressos para assistir aos jogos do Maracanã”.
É claro que também essa última frase deixou o rei e a rainha espantados. Zéfiro se saiu com mais uma de suas piadinhas, dessa vez fazendo insinuações sobre os jogos de futebol naquele estádio; fez comparação entre esses jogos e os do Coliseu; fez graça com o tradicional time do Flamengo que, em sua opinião, apesar de realizar jogos interessantes, seria formado por “pernas de pau” (o autor brinca ao afirmar que Zéfiro vestia uma “camisa do Vasco da Gama - que é outro tradicional clube de futebol do Rio de Janeiro - por baixo da bata de deus grego”).
O rei voltou à carga... Perguntou se não seria possível levar a rainha para visitar Psique... Zéfiro esclareceu (mais uma vez com rimas e de modo espirituoso) que as duas irmãs eram bem leves, mas a rainha tinha um peso avantajado. Disse que certa vez, quando carregava uma rainha pesada como ela, deixou-a cair sobre a esfinge (que acabou quebrando o nariz)... Emendou que ela ficou muito irritada e quase o mordeu. Por causa disso, sempre que se aproxima dela, ela o desafia com charadas.
O rei ficou curioso e quis saber mais... Então Zéfiro destacou uma das perguntas que a Esfinge lhe sugeriu:
“Qual a semelhança entre a nuvem e Afrodite?” Ele disse que resolveu facilmente aquele desafio ao responder que “quando elas somem o dia fica lindo”.
O encontro tornou-se agradável, rei e rainha estavam se divertindo muito... Mas Zéfiro explicou que devia levar as princesas imediatamente.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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