sábado, 25 de janeiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Téssora e Magnetes têm planos para a vida que pretendiam iniciar na montanha mágica; chamaram Zéfiro, mas foi o seu irmão Bóreas quem apareceu causando muitos estragos; o senhor dos ventos do norte antecipa que no “futuro” teria trabalho em outras partes do planeta; as irmãs de Psique esperavam tratamento delicado, mas foi com uma forte soprada que atravessarem o Mediterrâneo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_24.html antes de ler esta postagem:

Téssora e Magnetes cogitaram uma série de situações que poderiam vivenciar no castelo junto a Eros. Mas as duas não possuíam as mesmas qualidades de Psique e, em vez de se dedicarem a um amor verdadeiro e cultivar a sabedoria, só pensavam em futilidades...
Imaginavam-se ricas, se alimentando dos melhores pratos e sendo assistidas por serviçais exemplares... Téssora falou sobre exigir que construíssem um jardim suspenso, e sobre isso Magnetes alertou que o deserto egípcio impossibilitaria seu intento. A mais velha viu a solução do problema numa viagem que poderiam fazer à Babilônia ao tempo de Nabucodonosor, que construiria os “Jardins de Téssora”... Magnetes não gostou do nome e sugeriu "Jardins Suspensos da Babilônia”, que certamente se tornaria uma das “sete maravilhas do mundo”...
As irmãs prosseguiram trocando essas ideias que demonstravam o seu caráter e ambição enquanto subiam para o alto de uma montanha... Ali chamaram por Zéfiro, que era quem esperavam que as levasse para a montanha mágica de Eros... De fato, logo teve início uma forte ventania.
O vento era tão forte que, além de assustá-las, deixou-as com cabelos e vestes completamente desarrumados... A situação se agravou de tal maneira que começaram a gritar por socorro. Se não tivessem se agarrado a uma árvore teriam voado para longe... O cenário tornou-se devastado e só se viam folhas e galhos de árvores além da imensa nuvem de poeira que se levantava.
Poeira e folhagem faziam um bailado estranho que resultou na formação de um tipo “gordo e mal encarado”... Este era “Bóreas, o deus do Vento Norte”.
                                                                     Quando conduziu Psique ao deserto, Zéfiro fez referências às atitudes violentas de seu irmão... Essa sua aparição combina com a descrição feita em (http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_6.html).
Ele explicou que Zéfiro estava ocupado e que havia pedido para conduzi-las à montanha mágica... Magnetes reclamou dos estragos que a ventania havia provocado, mas Téssora lembrou-a de que precisava ser educada... Concluíram que Bóreas devia ser tão cavalheiro quanto Zéfiro.
Acontece que Bóreas não fazia questão de esconder o tipo mal educado que era. Soltou um pum tão medonho que fez com que as árvores perdessem o resto de folhagem que ainda possuíam... As duas não viram a menor graça naquele “cartão de apresentação” fedorento. De sua parte, Bóreas ria a valer e exigia que elas também dessem risadas...
Bóreas estava sendo agressivo no tratamento que dispensava às princesas, falava anedotas sem a menor graça e as forçava a rir... As irmãs estavam sentindo um grande desconforto enquanto ele dizia que o comportamento delas era um reflexo do modo de ser dos gregos, sem o menor “senso de humor”. Ele mesmo preferia “trabalhar” no Triângulo das Bermudas...
(...)
Vemos Bóreas ocupar-se de sua agenda para justificar que o seu dia seria de muitas tarefas... Teria de agitar a América do Norte com um tornado. Algo tranquilo para ele naquela época...
Neste ponto notamos referências aos problemas ambientais de nosso tempo a partir do descompromissado discurso de Bóreas... Ele esclareceu que o aquecimento global “vai virar tudo de cabeça pra baixo” e é por isso que o deus do Vento Norte terá de atuar até mesmo na costa de Santa Catarina (região Sul do Brasil).
(...)
Magnetes ouvia a fala de Bóreas e não pôde deixar de perguntar se ele as carregaria com segurança para o Egito antigo... O brincalhão respondeu que não era “avião de carga, mula, ou download”. Zeus o puniria se não cumprisse suas tarefas, que incluíam “tufões com maremoto na Normandia, vendavais no Oriente e tempestade na Gália”.
Com tantos compromissos inadiáveis, Bóreas só poderia mesmo “soprá-las” ao destino pretendido... E foi isso mesmo o que ele fez... Encheu-se de ar e provocou ventania capaz de fazê-las atravessar o Mar Mediterrâneo.
Depois de fazê-las sumir, Bóreas deixou claro que estava agindo daquela maneira para punir as gananciosas princesas (que, além de tudo, haviam sido indelicadas em relação a Zéfiro).
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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