quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – as invejosas irmãs de Psique percebem que ela vive muito feliz e mimada ao lado do misterioso marido no palácio invisível; inventam uma série de inverdades sobre ele; a apavorada Psique ouviu a narrativa assustadora e foi aconselhada a romper com o esposo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_14.html antes de ler esta postagem:

Magnetes e Téssora visitaram Psique.
Apesar de notarem que a irmã caçula vivia uma realidade absurda (sem visualizar marido, cômodos do castelo, móveis, jardins e criados), perceberam que ela se sentia muito feliz.
Como eram pessoas mesquinhas, egoístas e invejosas, não podiam admitir aquela condição, sobretudo porque estavam muito decepcionadas com o desfecho humilhante dos próprios casamentos... Magnetes quis provocar um mal estar em Psique e perguntou se seu marido era “muito feio e desfigurado”. Ela ficou sem jeito ao responder que até então não vira o seu rosto do esposo.
É claro que Téssora e Magnetes se mostraram indignadas com isso... Psique garantiu que vivia a dizer-lhe que não havia motivo para se esconder dela, pois o amaria de qualquer forma... Magnetes a instigou sentenciando que algum motivo deveria haver para ele viver se escondendo.
(...)
O jantar foi servido e, apesar de não enxergarem absolutamente nada, as visitantes puderam conferir pelo olfato que tudo era de muito bom gosto... Comeram com satisfação e em silêncio... Ao final, Magnetes comentou que Psique estava sendo muito bem tratada... Ela concordou, mas teve de ouvir o questionamento de Téssora querendo saber se ela não achava estranho ser tão bem servida, já que o Oráculo tinha declarado que ela se casaria com um monstro banido do Céu e da Terra... Psique concordou, mas ressaltou que sua vivência mostrava que o marido era bom e generoso.
A irmã mais velha arquitetou uma trama diabólica...
Explicou que sabia que o marido de Psique era uma serpente conhecida por prender virgens indefesas, engordá-las e devorá-las... Sustentou que a outra estava completamente enfeitiçada, e que o tratamento que recebia só podia mesmo ser exemplar... Certamente engordaria para saciar a voracidade do misterioso marido.
Téssora não tinha limites...
Disse que o esposo da irmã era procurado por bandos que pretendiam vingar a morte de várias princesas, mas o bandido conseguia esquivar-se porque podia viver em “mundos paralelos” e em tempos distintos... Em duzentos anos ele teria devorado e escondido inúmeros corpos “na calada da noite”.
Psique estava absorta... Olhou para Magnetes, mas esta baixou a cabeça (certamente espantada com a história inventada pela mais velha)... Téssora prosseguiu dizendo que Psique vivia uma “grande farsa” e que os bons tratos que recebia tinham o objetivo de levá-la à morte... Para fazer a irmã tirar conclusões negativas sobre o marido, Téssora falou que tinha certeza de que ele teria relutado em aceitar que a visitassem. Magnetes entrou na conversa afirmando que ele só aceitou para que ela não desconfiasse de nada.
Téssora estava sendo taxativa ao insistir que Psique devia se livrar daquele cativeiro... Magnetes reforçou seus ataques garantindo que, se o marido dela fosse bom, “não teria sido banido do Céu e da Terra”... E Téssora continuou a semear o pânico afirmando que ele só poderia estar esperando o momento adequado de devorá-la.
Tanto as duas falaram que Psique quis saber como ficaram sabendo a respeito daquelas aberrações... Téssora continuou sua improvisação e disse que Zéfiro havia lhes contado aqueles segredos ao explicar que Afrodite a havia condenado a ser devorada por um monstro.
É claro que Psique ficou apavorada e quis que as irmãs a ajudassem a encontrar uma saída para os seus dramas... Mas Téssora disse que já era muito tarde e que precisavam partir, pois não estavam dispostas a “virar comida de monstro”.
A caçula insistiu em saber o que deveria fazer... A mais velha respondeu que ela tinha todo o direito de exigir que o marido se revelasse... E acrescentou que Psique deveria, “munida de um punhal, forçá-lo a revelar o rosto”.
Téssora explicou que se ele resolvesse atacá-la, ela deveria se defender com a arma e fugir...  Disse isso e entregou-lhe um punhal que pertencia ao pai. Psique estava amedrontada e falou que o marido havia dado a sua palavra de que a amava...
(...)
As duas deixaram a abalada Psique e voltaram para o castelo dos pais... Elas não podiam imaginar que o esposo de Psique esteva escondido e ouviu toda a conversa a seu respeito.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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