quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Téssora e Magnetes foram humilhadas pelos maridos e devolvidas ao reino; mais uma vez o rei se mostra mais preocupado com os problemas políticos do país do que com as lamentações das mulheres da família; nem Zeus suportou a troca de injúrias entre o pai e a mãe de Psique

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_9.html antes de ler esta postagem:

A rainha parecia concordar com o rei a respeito da maldição dos deuses... Ela andava amargurada por não ter notícias de Psique e se sentia deprimida diante da vergonha que suas filhas mais velhas passaram por causa dos casamentos desfeitos...
O rei reclamou que as grandes quantidades de ouro ofertadas pela mulher aos deuses não trariam Psique de volta... A esposa real estava convencida de que a oferenda ao templo de Hera (“deusa do casamento e protetora das famílias”) traria as soluções para os problemas conjugais de Téssora e Magnetes.
O rei esclareceu que a situação de suas filhas não tinha solução... Os maridos as devolveram numa madrugada, transportadas por um lacaio em carroça carregada de feno. Um verdadeiro escândalo! Então, em sua opinião, ou as transformavam em “sacerdotisas do templo de Apolo”, ou as sacrificavam aos deuses suplicando compaixão.
É claro que a rainha colocou-se completamente contrária a essas ideias... Sugeriu ao marido que organizasse tropas para atacar o reino vizinho... O rei explicou que era exatamente isso que o reino vizinho queria, e que eles deviam evitar... Em sua opinião, desprezaram as princesas propositadamente. Infelizmente concluiu, não tinham mais como planejar alianças políticas com reinos vizinhos através de propostas de casamentos com as filhas... Tornaram-se isolados politicamente e por isso poderiam sofrer invasões inimigas...
O rei lamentou também a insatisfação do povo e sua possível deposição, já que isso se tornava iminente pelo fato de não terem um filho herdeiro para o trono.
Essa conversa a respeito de a rainha só ter gerado filhas a deixava em prantos... Mais uma vez ela chorou muito e disse ao marido que, se deviam sacrificar alguém aos deuses, então preferia que apenas o próprio sangue fosse derramado...
O rei ouviu o protesto da esposa e colocou as mãos na cabeça sem saber o que dizer... Para complicar, ouviu também o choro de Magnetes e Téssora. Desabafou para si mesmo que “mulheres não servem para nada, só para chorar”.
A rainha disse que também aquelas palavras a magoavam...  E disparou que ele podia ter certeza de que chegaria o dia em que as mulheres se destacariam na sociedade, escolheriam os governantes e participariam da vida política e das Olimpíadas.
O monarca riu e disse para a esposa parar com aquelas divagações... Brincou que só faltava ela falar que “um dia Roma se transformará num Império”... Depois resolveu que o mais razoável seria solicitar que algumas tropas vasculhassem as montanhas para descobrir onde Psique estava vivendo... Calculou que apenas o casamento misterioso de sua caçula poderia salvá-los de alguma invasão.
A mulher manifestou sua indignação e disse que esperava que o marido estivesse preocupado com a saúde de Psique... Mas, em vez disso, percebeu que ele esperava encontrar a filha porque alimentava a esperança de que ela trouxesse as soluções para os problemas políticos do país...
Ele respondeu que ela não tinha capacidade para entender os problemas que o reino estava enfrentando... Sentenciou que o povo enlouquecia com a instabilidade política.
A conversa não se encerrou por aí...
A rainha, ainda chorando, disse que desejava que Zeus lançasse um raio sobre a cabeça dele.
(...)
De fato, no Olimpo, Zeus estava se irritando com aquela discussão e pediu a Hefesto (deus da Metalurgia) que preparasse vários trovões... Isso foi feito em uma bigorna de ferro e Zeus atirou-os para a Terra provocando barulho ensurdecedor.
(...)
A discussão do casal real prolongou-se... E as injúrias trocadas invocavam a ira dos deuses: “Tomara que a Hades arraste para o mundo dos mortos!”; “Que Ares o convoque para a guerra!”; “Que Cronos encurte o seu tempo!”; “Que Deméter o faça apodrecer como um pimentão velho!” ; “Que Nêmese vingue-me por seus insultos!”...
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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