domingo, 5 de janeiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – revelações do Oráculo; Psique fica sabendo dos motivos de seu isolamento desde a infância; a maldição de Afrodite a levaria a um casamento com criatura horrenda; a serenidade da princesa destoa do inconformismo dos pais

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_4.html antes de ler esta postagem:

O rei decidiu que uma consulta ao Oráculo do deus Apolo traria as respostas para os dramas que a família real estava enfrentando... Era a rainha que ia à frente. Ela carregava uma tocha para iluminar o escuro caminho até a caverna onde encontrariam o sacerdote.

Conforme prosseguiam, o ambiente ia se iluminando... De repente, como que por encantamento, o velho surgiu sentado numa pedra... Ele levantou-se apoiado por um cajado e foi dizendo que sabia quem eram os que chegavam e que estava preocupado porque conhecia os desejos dos deuses em relação à jovem.
É claro que esta apresentação por si só já enchia os recém-chegados de grande admiração e respeito... O rei quis se apresentar, mas o velho antecipou que, ali, ele era apenas “um humano, um humilde servo perante os poderosos senhores do Céu e da Terra (os deuses)”... Então a família real curvou-se perante o sábio “porta-voz do deus Apolo”.
O Oráculo disse que sabia que a princesa era tratada como uma deusa, mas que enfrentava dificuldades para ser desposada... Depois revelou que Eros o havia incumbido de avisá-los que em breve Psique se casaria.
Psique quis saber quanto tempo esperaria... O velho pôs-se a falar sobre a época em que ela havia nascido... O Oráculo já sabia que a beleza de Psique provocaria a inveja de Afrodite, então contou que ele mesmo sugeriu ao rei que a escondesse dos olhares dos homens e que se esforçasse para educá-la tendo em vista torná-la uma sacerdotisa de Apolo...O rei pediu perdão à filha por ter falhado em sua missão. Ele compreendia que, se apenas um homem a conhecesse, sua fama se espalharia rapidamente, provocando a ira da deusa da Beleza...
É claro que Psique perdoou o pai.
(...)
O velho esclareceu que a maldição havia sido lançada por Afrodite e que a única solução era o casamento de Psique com um tipo que fosse imune ao feitiço da deusa...
Acrescentou, porém, que a princesa não se casaria com um príncipe ou outro mortal qualquer... Seu marido seria um “misterioso habitante celeste”, uma criatura monstruosa que nem mesmo os deuses ousavam encarar.
A rainha ficou chocada... O velho continuou esclarecendo que a criatura já esperava por Psique no alto de uma montanha encantada... Explicou que a donzela não precisava se preocupar porque ela chegaria de um modo ou de outro ao enigmático local.
O rei quis impedir que a sua frágil filha partisse rumo ao desconhecido e horripilante, porém o sacerdote lembrou-o de que nada podiam fazer além de serem obedientes aos deuses para não sofrerem suas furiosas punições. Disse isso e dispensou os visitantes no mesmo instante em que se retirava para a escuridão.
(...)
A rainha estava desolada e não admitia o sofrimento de sua filha caçula... Por que ela devia padecer tão cruel destino? O rei não desistia, e garantia que organizaria um grupo com os melhores de sua guarda armada para que (com ele) acompanhasse a filha até o fim.
Era com serenidade que Psique o dissuadia daquele intento que só complicaria ainda mais a sua situação... Ela argumentou que se aquele era o seu destino, devia cumpri-lo... Disse que se seu futuro esposo era um monstro que ninguém jamais vira, podia ser que se tornasse bondoso e generoso com ela.
A rainha insistia que ela devia se casar com um príncipe... O rei emendou que o raciocínio de Psique não se sustentava, já que nunca se conheceu monstro que fosse “bom e generoso”... A jovem objetou lembrando que o monstro poderia sofrer dos mesmos dramas que ela bem conhecia, principalmente a solidão e o afastamento em relação aos demais... E concluiu que, então, um merecia o outro.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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