sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Psique fica sabendo que enfrentará novos desafios e recebe os dons da sensibilidade, política e força; ardendo de febre e desfalecida, é descoberta nos jardins do palácio dos pais; em seu delírio, diz palavras que revelam às irmãs mais velhas o seu infortúnio; Téssora e Magnetes querem tirar proveito da situação

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_22.html antes de ler esta postagem:

Aquele que se apresentou como devotado a Psique (e à sua tortuosa jornada) explicou que não seria fácil dirigir-se a Afrodite para obter a sua confiança. Várias “batalhas” deveriam ser travadas. Apesar disso, garantiu que ela contaria com os dons da Sensibilidade, Política e Força, concedidos por ele.
(...)
Não era pouco o que ele oferecia. Inclusive o homem fez questão de lembrar que há muito tempo Zeus havia mandado uma caixa com os dons ao irmão de Prometeu... Mas aconteceu que Pandora (a primeira mulher humana), que tinha a responsabilidade de entregar a caixa, encheu-se de curiosidade e não conseguiu evitar bisbilhotar o seu conteúdo... Foi assim que os dons escaparam e na caixa restou apenas a Esperança... Aqueles dons que Psique estava recebendo foram recuperados pelo tipo que se dizia seu protetor.
Ele comparou Psique a Pandora ao dizer que sua curiosidade a colocara naquele apuro... E a alertou que novas situações exigiriam que ela mantivesse o controle...
(...)
Psique estava agradecida. Viu que o homem só tinha boas intenções. Ela quis saber o seu nome, mas ele respondeu que até para isso haveria momento adequado.
Uma espessa névoa cercou-os... Psique viu que o tipo desaparecia aos poucos... Ela começou a sentir uma pesada sonolência...
Deitou-se e “dormiu profundamente”.
(...)
A manhã do dia seguinte foi de espanto para os habitantes do palácio do pai de Psique... Os serviçais foram surpreendidos ao se depararem com uma jovem desfalecida no gramado... Logo perceberam que se tratava de Psique.
O rei ordenou que a acomodassem em seu quarto. Mas por mais que se tentasse reanimá-la, ela não reagia... O próprio médico da corte garantiu que seu estado era muito grave. Psique estava ardendo de febre e balbuciava palavras que soavam estranhas para os que a cercavam... Dizia que o deus do Amor a havia abandonado e que lutaria para reconquistá-lo, pois sabia que ele havia se espetado com a própria flecha e, por isso, também a amava.
(...)
Téssora e Magnetes ficaram atentas àquelas palavras... Concluíram que Psique havia sido abandonada pelo esposo depois da conversa que tiveram com ela... E mais! Souberam que o marido da caçula era o próprio deus do Amor...
Nenhuma piedade brotou de seus corações... Pelo contrário! Elas entenderam que a situação era-lhes totalmente favorável. Achavam que podiam ser escolhidas por Eros em substituição a Psique... Então se encheram de ânimo ao pensarem em como seria bom viver no encantador palácio junto ao deus do Amor...
(...)
Como tinham sido eficientes ao enganarem Psique, Magnetes e Téssora estavam eufóricas com o resultado que se descortinava...
Téssora ainda encontrou disposição para manifestar seus protestos contra os mimos dos pais ao receberem Psique... Lembrou que quando elas foram dispensadas pelos maridos foram recepcionadas com muita frieza em seu retorno... Mais uma vez Magnetes concordou plenamente com sua irmã mais velha.
Em sua lógica, se a previsão de se tornarem esposas de Eros se confirmasse, os parentes seriam mais atenciosos e carinhosos com elas... Foi Magnetes quem lembrou que teriam de conseguir que o deus do Amor se apaixonasse por elas e, sendo assim, de alguma maneira deveriam seduzi-lo.
Téssora refletiu sobre isso e respondeu que deviam proceder do mesmo modo como teria ocorrido com Psique... Sua sugestão foi a de se apossarem de uma das flechas do deus e usá-la para atingir o seu peito... Não haveria dúvidas de que ele se apaixonaria instantaneamente por elas.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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