Psique estremeceu... Notou que havia cometido um grande erro e que a conversa com Eros estava resultando em desfecho dramático para ela.
Eros decidiu que ela não podia mais viver ali... Retornaria ao castelo dos pais e aos conselhos das irmãs.
(...)
Percebendo que havia
cometido grande injustiça com o marido, Psique implorou para que não tomasse
tão radical medida... Disse que aprendeu a amá-lo e que sabia que ele também
nutria sentimentos sinceros por ela, já que havia se ferido com a própria flecha.
Eros explicou que o sentimento não cultivado chega ao
fim... Revelou que adoeceria por causa daquele trauma, mas chegaria o momento
em que essa dor não mais incomodaria. Ele saberia cicatrizar a ferida e impedir
que outras se abrissem... Seria um exercício de convivência com a dor.
(...)
A conversa prosseguiu assim... Psique tentando dissuadi-lo, e Eros
sentenciando que ela não sabia o que é o Amor... Até porque ele não espetou
nenhuma de suas flechas enquanto ela viveu no palácio.
Psique pensou sobre esse
juízo...
Quer dizer que ela não sabia o que é o Amor?
Certamente foi com um “nó no peito” que ela desabafou
suas indagações a respeito desse sentimento:
Amor? Um fogo que
queima por dentro, um desejo sem igual de ser a simbiose de dois corpos? Sentir
a respiração de seu amado ofegante como se fosse a sua própria? Ouvir o coração
do amado bater com força contra o seu peito? Querer construir um futuro em
conjunto para vibrar com as pequenas magias do presente e lembrar-se com
saudade do romântico passado? Encontrar forças para suplantar todas as
dificuldades? Isso é o Amor?

Eros se emocionou, mas a sua reação foi sair voando pela janela...
Psique permaneceu chorando no quarto que ardia em chamas. Os criados egípcios apareceram
para conter o fogo e ajudá-la... Ela decidiu retirar-se para a escuridão da
noite. Queria encontrar Zéfiro, porém não obtinha resposta ao seu chamamento.
(...)
Completamente só no
escaldante deserto caminhou sem rumo até chegar à beira de um
precipício... Sentiu vontade de
lançar-se para a morte, mas foi contida por uma misteriosa e grave voz
masculina. Ela procurou, mas não viu ninguém nas imediações... A certa
distância notou que um homem já grisalho caminhava em sua direção.
O tipo disse que se tratava de alguém que,
diuturnamente, cuidava dela... Psique falou que não o conhecia e que, assim,
não poderia tratar-se de um amigo. O outro esclareceu que aquilo pouco
importava e perguntou por que ela estava indo em direção à morte... Ela
respondeu que estava muito triste porque o marido a mandara embora do palácio.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/01/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_22.html
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto