quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Considerações sobre o Neocolonialismo - um texto didático

Segue este texto didático para reflexões preliminares acerca do Neocolonialismo.


CONSIDERAÇÕES SOBRE O NEOCOLONIALISMO
O século XIX foi marcado pelo Neocolonialismo. Essa palavra, de modo bem simples, significa “novo colonialismo”. Podemos dizer que foi uma nova etapa do Capitalismo, em que as grandes potências europeias colonizaram territórios da África, Ásia e Oceania.  Essa situação tem suas diferenças em relação à Colonização que ocorreu entre os séculos XVI e XVII (Período Moderno).
A colonização mais antiga está relacionada ao Mercantilismo que os Estados Nacionais praticavam... Podemos chamar a essa fase anterior de Capitalismo Comercial... Os países europeus eram governados por reis que exerciam amplos poderes (ocorria o chamado Absolutismo Monárquico), que exerciam um forte controle na Economia (Mercantilismo). O colonialismo que ocorreu durante o Período Moderno foi impulsionado pelas grandes navegações. Portugal e Espanha foram os principais países colonizadores, metrópoles que exploraram sobretudo o continente americano. O Tratado de Tordesilhas (1494) garantiu a divisão do continente entre os dois países. Mas é verdade que Inglaterra, França e Holanda também realizaram conquistas em terras desse continente... Territórios africanos e asiáticos também sofreram explorações coloniais de Portugal e Espanha. Os governos exerciam o Monopólio Comercial, concedendo a determinados grupos o direito de explorar determinadas atividades extrativistas ou comerciais. Riquezas, como os metais preciosos, foram exploradas dessas terras... Seus povos foram escravizados... Milhões de africanos foram transferidos compulsoriamente para a América... O tráfico de escravos era outro “negócio” altamente rentável.
O “novo colonialismo” pertence a um momento em que as nações europeias haviam superado o Mercantilismo e o Absolutismo Monárquico. Devemos lembrar que o século XVIII havia sido marcado pelo Iluminismo, pela Revolução Industrial, Independência dos Estados Unidos, pelas revoluções burguesas na Inglaterra e França... As sociedades tornaram-se liberais e passaram a ser organizadas por Constituições que limitava o poder político.
Inicialmente os países industrializados conseguiram sanar suas necessidades de matéria-prima e mercado consumidor no próprio continente europeu. Porém, conforme o tempo passou, ele tornou-se insuficiente em relação à concorrência que passava a ser cada vez maior... Sobretudo depois que Itália e Alemanha se industrializaram a partir da segunda metade do século XIX (tardiamente em relação à Inglaterra e França). Essa fase do Neocolonialismo foi marcada por parcerias que os governos firmaram com os grandes conglomerados industriais (verdadeiros monopólios) na conquista das colônias visando novos mercados consumidores, fontes de matérias-primas, mão-de-obra mais barata e áreas onde investir o capital que havia sido gerado anteriormente... Houve, então, a expansão do capitalismo industrial e financeiro... Houve o domínio dos países desenvolvidos sobre os que ainda não haviam desenvolvido indústrias. Dizemos que os países que desenvolveram essas explorações durante o Neocolonialismo exerceram o Capitalismo Imperialista.
Tanto na África, como na Ásia e Oceania podemos notar algumas modalidades desse imperialismo. Havia os territórios coloniais, nos quais o domínio da metrópole era territorial, militar e administrativo. Os governos europeus incentivavam a emigração para essas colônias. Havia os protetorados, nos quais os chefes locais eram mantidos para garantir o controle econômico exercido por uma potência estrangeira. Algumas regiões não passavam de áreas de influência, onde uma potência estrangeira desbancava outras e garantia vantagens comerciais.
Assim como durante o Período Moderno, a fase imperialista do capitalismo contou com a atuação de religiosos (não só católicos) em meio às terras e povos dominados. As culturas locais foram desrespeitadas, reforçando o conceito que os brancos europeus tinham de si mesmos. Pois consideravam-se superiores aos demais e encarregados da missão de “civilizar” os povos conquistados, classificados como inferiores e atrasados... Essa “missão” escondia as verdadeiras intenções econômicas da potência europeia.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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