CONSIDERAÇÕES SOBRE O
NEOCOLONIALISMO

A colonização mais
antiga está relacionada ao Mercantilismo que os Estados Nacionais praticavam...
Podemos chamar a essa fase anterior de Capitalismo Comercial... Os países
europeus eram governados por reis que exerciam amplos poderes (ocorria o
chamado Absolutismo Monárquico), que exerciam um forte controle na Economia
(Mercantilismo). O colonialismo que ocorreu durante o Período Moderno foi
impulsionado pelas grandes navegações. Portugal e Espanha foram os principais
países colonizadores, metrópoles que exploraram sobretudo o continente
americano. O Tratado de Tordesilhas (1494) garantiu a divisão do
continente entre os dois países. Mas é verdade que Inglaterra, França e Holanda
também realizaram conquistas em terras desse continente... Territórios
africanos e asiáticos também sofreram explorações coloniais de Portugal e
Espanha. Os governos exerciam o Monopólio Comercial, concedendo a determinados
grupos o direito de explorar determinadas atividades extrativistas ou
comerciais. Riquezas, como os metais preciosos, foram exploradas dessas
terras... Seus povos foram escravizados... Milhões de africanos foram
transferidos compulsoriamente para a América... O tráfico de escravos era outro
“negócio” altamente rentável.
O “novo colonialismo” pertence a um momento em que as
nações europeias haviam superado o Mercantilismo e o Absolutismo Monárquico.
Devemos lembrar que o século XVIII havia sido marcado pelo Iluminismo, pela
Revolução Industrial, Independência dos Estados Unidos, pelas revoluções
burguesas na Inglaterra e França... As sociedades tornaram-se liberais e passaram
a ser organizadas por Constituições que limitava o poder político.
Inicialmente os países industrializados conseguiram sanar suas
necessidades de matéria-prima e mercado consumidor no próprio continente
europeu. Porém, conforme o tempo passou, ele tornou-se insuficiente em relação
à concorrência que passava a ser cada vez maior... Sobretudo depois que Itália
e Alemanha se industrializaram a partir da segunda metade do século XIX (tardiamente
em relação à Inglaterra e França).
Essa fase do Neocolonialismo foi marcada por parcerias que os governos firmaram
com os grandes conglomerados industriais (verdadeiros monopólios) na conquista
das colônias visando novos mercados consumidores, fontes de matérias-primas,
mão-de-obra mais barata e áreas onde investir o capital que havia sido gerado
anteriormente... Houve, então, a expansão do capitalismo industrial e financeiro...
Houve o domínio dos países desenvolvidos sobre os que ainda não haviam
desenvolvido indústrias. Dizemos que os países que desenvolveram essas
explorações durante o Neocolonialismo exerceram o Capitalismo Imperialista.
Tanto na África, como na
Ásia e Oceania podemos notar algumas modalidades desse imperialismo. Havia os territórios
coloniais, nos quais o domínio da metrópole era territorial, militar e
administrativo. Os governos europeus incentivavam a emigração para essas
colônias. Havia os protetorados, nos quais os chefes locais eram
mantidos para garantir o controle econômico exercido por uma potência
estrangeira. Algumas regiões não passavam de áreas de influência,
onde uma potência estrangeira desbancava outras e garantia vantagens
comerciais.
Assim como durante o Período Moderno, a fase
imperialista do capitalismo contou com a atuação de religiosos (não só
católicos) em meio às terras e povos dominados. As culturas locais foram
desrespeitadas, reforçando o conceito que os brancos europeus tinham de si
mesmos. Pois consideravam-se superiores aos demais e encarregados da missão de
“civilizar” os povos conquistados, classificados como inferiores e atrasados...
Essa “missão” escondia as verdadeiras intenções econômicas da potência
europeia.
Um
abraço,
Prof.Gilberto