CONSIDERAÇÕES SOBRE O
NEOCOLONIALISMO
O século XIX foi marcado
pelo Neocolonialismo. Essa palavra, de modo bem simples, significa “novo
colonialismo”. Podemos dizer que foi uma nova etapa do Capitalismo, em que as
grandes potências europeias colonizaram territórios da África, Ásia e
Oceania. Essa situação tem suas
diferenças em relação à Colonização que ocorreu entre os séculos XVI e XVII
(Período Moderno).
A colonização mais
antiga está relacionada ao Mercantilismo que os Estados Nacionais praticavam...
Podemos chamar a essa fase anterior de Capitalismo Comercial... Os países
europeus eram governados por reis que exerciam amplos poderes (ocorria o
chamado Absolutismo Monárquico), que exerciam um forte controle na Economia
(Mercantilismo). O colonialismo que ocorreu durante o Período Moderno foi
impulsionado pelas grandes navegações. Portugal e Espanha foram os principais
países colonizadores, metrópoles que exploraram sobretudo o continente
americano. O Tratado de Tordesilhas (1494) garantiu a divisão do
continente entre os dois países. Mas é verdade que Inglaterra, França e Holanda
também realizaram conquistas em terras desse continente... Territórios
africanos e asiáticos também sofreram explorações coloniais de Portugal e
Espanha. Os governos exerciam o Monopólio Comercial, concedendo a determinados
grupos o direito de explorar determinadas atividades extrativistas ou
comerciais. Riquezas, como os metais preciosos, foram exploradas dessas
terras... Seus povos foram escravizados... Milhões de africanos foram
transferidos compulsoriamente para a América... O tráfico de escravos era outro
“negócio” altamente rentável.
O “novo colonialismo” pertence a um momento em que as
nações europeias haviam superado o Mercantilismo e o Absolutismo Monárquico.
Devemos lembrar que o século XVIII havia sido marcado pelo Iluminismo, pela
Revolução Industrial, Independência dos Estados Unidos, pelas revoluções
burguesas na Inglaterra e França... As sociedades tornaram-se liberais e passaram
a ser organizadas por Constituições que limitava o poder político.
Inicialmente os países industrializados conseguiram sanar suas
necessidades de matéria-prima e mercado consumidor no próprio continente
europeu. Porém, conforme o tempo passou, ele tornou-se insuficiente em relação
à concorrência que passava a ser cada vez maior... Sobretudo depois que Itália
e Alemanha se industrializaram a partir da segunda metade do século XIX (tardiamente
em relação à Inglaterra e França).
Essa fase do Neocolonialismo foi marcada por parcerias que os governos firmaram
com os grandes conglomerados industriais (verdadeiros monopólios) na conquista
das colônias visando novos mercados consumidores, fontes de matérias-primas,
mão-de-obra mais barata e áreas onde investir o capital que havia sido gerado
anteriormente... Houve, então, a expansão do capitalismo industrial e financeiro...
Houve o domínio dos países desenvolvidos sobre os que ainda não haviam
desenvolvido indústrias. Dizemos que os países que desenvolveram essas
explorações durante o Neocolonialismo exerceram o Capitalismo Imperialista.
Tanto na África, como na
Ásia e Oceania podemos notar algumas modalidades desse imperialismo. Havia os territórios
coloniais, nos quais o domínio da metrópole era territorial, militar e
administrativo. Os governos europeus incentivavam a emigração para essas
colônias. Havia os protetorados, nos quais os chefes locais eram
mantidos para garantir o controle econômico exercido por uma potência
estrangeira. Algumas regiões não passavam de áreas de influência,
onde uma potência estrangeira desbancava outras e garantia vantagens
comerciais.
Assim como durante o Período Moderno, a fase
imperialista do capitalismo contou com a atuação de religiosos (não só
católicos) em meio às terras e povos dominados. As culturas locais foram
desrespeitadas, reforçando o conceito que os brancos europeus tinham de si
mesmos. Pois consideravam-se superiores aos demais e encarregados da missão de
“civilizar” os povos conquistados, classificados como inferiores e atrasados...
Essa “missão” escondia as verdadeiras intenções econômicas da potência
europeia.
Um
abraço,
Prof.Gilberto