segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Filme: Bagdad Café

Revi um filme sensacional, “Bagdad Café”. É um filme da segunda metade da década de 1980, dirigido por Percy Adlon.
Logo no início assistimos a uma discussão entre a alemã Jasmin e o seu marido. Os dois estavam em viagem de turismo pelos Estados Unidos. Na auto-estrada, a rota 66, em pleno deserto de Mojave (tem esse nome por causa das cobras desse tipo), Jasmin abandona o marido, que se mostra agressivo, grosseiro com ela. Ele deixa a garrafa de café da mulher na estrada e segue em frente...
No Bagdad os proprietários não se entendem. Brenda briga com o marido, Sal, que, de modo desleixado deixa de cumprir as tarefas básicas que sustentam o posto, a hospedaria e o restaurante. Ele acaba de chegar nada mais nada menos que com a garrafa de Jasmin, que ele encontrou abandonada à beira da estrada... Ele, que devia trazer e instalar uma nova máquina de café para o lugar... A discussão que têm é a última, já que Sal se vê obrigado a partir...
No escaldante calor do deserto, Jasmin caminha com a pesada mala que retirou do automóvel (na verdade trata-se da mala do esposo), chega ao decadente Bagdad Café. Sua chegada causa muita estranheza à chorosa Brenda... Jasmin é um tipo exótico para ela... Mas a negritude de Brenda também faz Jasmine imaginar um relacionamento repleto de preconceitos...
O filme se desenvolve em torno dessas duas, mas há também algumas figuras interessantes como a do índio artista (Ruddi Coxx) permanentemente instalado em um trailer – logo se encantará e fará quadros da turista alemã; os filhos de Brenda (Phyllis e Salomo) também apresentam “desajustes” – a menina vive saindo com caminhoneiros, o menino, pianista, é um “pai prematuro”; há uma tatuadora instalada no hotel...
Jasmin despertou certos receios em Brenda, que percebeu apenas roupas masculinas –é claro que por causa da troca da mala- em seu quarto (inclusive chamou o xerife por causa disso; ele notou que em relação a papéis estava tudo certo com a turista), além disso, ficou zangada devido à intromissão da alemã na rotina do lugar (realizando faxina, aproximando-se dos filhos e neto de Brenda)...
Jasmin descobre truques de mágica na bagagem e os treina... Começa a apresentá-los no restaurante... Vira atração e o lugar (agora limpinho) atrai mais frequentadores. A mágica principal é a mudança radical na relação dessas duas sofridas mulheres... Elas passam a se admirar e a se respeitar exatamente pelas diferenças que apresentam... Mas aí o xerife reaparece mostrando que a situação de Jasmin (trabalhando) passa a ser irregular...
O filme é carregado de sinais interessantes... Lembro do bumerangue trazido por outro tipo que passa a acampar no terreno... Jasmin e Phyllis aprendendo a lançá-lo... E os maridos? O alemão até aparece no Bagdad procurando pela mulher... Pede um café, Cahuenga (o índio que trabalha para Brenda) serve o da garrafa trazida por Sal... Ele aprecia como se antes não tivesse experimentado nada parecido (!). Sal, por sua vez, fica ao longe observando Brenda e as transformações positivas do lugar (Oh Brenda...).
O vídeo que colei não é oficial, mas dá para ter uma ideia da bela trilha sonora e do enredo.

Meu texto não parece transmitir que o filme seja alegre, mas é o que ele é...
Pode ter certeza.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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