De meados do mês de outubro do último ano até o final de novembro reservamos algumas aulas (grupos de sextos anos do Ensino Fundamental) para a leitura compartilhada de Meu Avô Africano, livro de Carmen Lucia Campos, com ilustrações de Laurent Cardon (São Paulo: Panda Books, 2014 – 4ª impressão – Coleção Imigrantes do Brasil).
(...)
Estamos no ponto em que o garoto Vítor Iori decidiu que a Nigéria seria
o tema central de sua pesquisa para a “Festa das Nações”...
Ele contou mesmo com a
colaboração da tia Jô e do vô Zinho, que o ajudaram nas pesquisas sobre outras
localidades africanas... Ao final do processo ele concluiu que o conhecimento
que as pessoas têm sobre a África se limita muitas vezes ao que assistem em
programas televisivos com pouco ou nenhuma base histórica...
Vítor não conseguiu esconder o seu encantamento com a
riqueza cultural do continente que é o “berço da humanidade”... Então as
pessoas precisam saber que a África não é só “fome, miséria e doenças” e
tampouco suas sociedades podem ser resumidas a povos que usam roupas coloridas
e dançam e cantam de modo exótico... Pensar a África implica em muito mais do
que imaginarmos as selvas e seus animais ferozes.
(...)
O menino também chegou à conclusão de que não podemos relegar a África a
uma condição de “passado”... Também na vivência com os familiares ele descobriu
que muitos dos costumes dos brasileiros têm a ver com a África e os africanos.
O avô Zinho falou muito a respeito de sua própria
experiência de vida... Contou que na sua época de estudante colocavam-lhe
muitos apelidos por causa da cor de sua pele; e que zombavam o fato de sua avó
pertencer ao Candomblé... Mas logo as pessoas pararam de incomodar ao
reconhecerem suas habilidades matemáticas...
(...)
Toda a família se encaminhou para a escola no dia das apresentações...
Vítor estava animadíssimo com as vestes típicas (em verde e branco) que
confeccionou com a ajuda da professora de artes... Na ilustração que apresenta
o garoto em seu estande notam-se fotografias com paisagens nigerianas, uma
máscara, quitutes... O texto revela que ele estava bem preparado para falar
sobre o país escolhido.
(...)
As dúvidas típicas de uma criança de nove anos surgiram... Sempre com o
característico bom-humor elas foram sanadas pelo vô Zinho e pela tia Jô... Numa
ocasião em que falavam sobre a Abolição, ele quis saber se os dois haviam sido
escravos... Uma simples operação matemática revelou que muitos anos já se
passaram desde o final do século XIX, e é claro isso rendeu boas risadas.

O vô Zinho quis mostrar ao Vítor que não tinha a menor importância ser
chamado de “Queniano”, até porque ele se sente pertencente a todas as nações
africanas... Ser africano está no sangue... E isso “passa de pai para filho, e
de avô para neto”.
É isso...
Vítor concluiu que, por ter
um “avô africano”, também ele se sente um pouco africano.
(...)
Não é por acaso que a
parte final da história se chama Eu
também sou Africano.
O vô Zinho explicou que Iori quer dizer “força da luz”... Essa revelação
proporcionou grande alegria ao garoto, que não podia esperar para contar tudo o
que aprendera aos seus colegas da escola.
Fim.
P.S.:
As últimas páginas de Meu Avô Africano
são reservadas para breves informações sobre a História e a Geografia da
África. Há uma página inteira sobre “escravos no Brasil” e sobre as lutas
abolicionistas e pelos direitos civis. Zumbi é lembrado no trecho que trata dos
quilombos espalhados pelo país.
Reproduções de mapas e de imagens diversas fazem
referências aos nossos vínculos com a África...
O livro só podia se encerrar com a sugestão de
visita às “casas de cultura e museus que divulgam a rica herança africana”.
Leia: Meu Avô Africano. Panda Books.
Proposta de Aulas em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2015/01/meu-avo-africano-de-carmen-lucia-campos_52.html
Um abraço,
Prof.Gilberto
Proposta de Aulas em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2015/01/meu-avo-africano-de-carmen-lucia-campos_52.html
Um abraço,