quinta-feira, 18 de julho de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – depois de ficar sabendo da ousadia de Álvaro ao depositar o presente na janela de seu quarto, Cecília exige que ele retire o objeto de lá; Isabel olha nos olhos do amado e entrega-lhe a flor que ele associava à Cecília; as moças conferem a janela e notam que não há nenhum presente; Isabel se mostra emocionada e seu segredo pode ser descoberto

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/07/o-guarani-de-jose-de-alencar-as-meninas.html antes de ler esta postagem:

Depois de se despedir do pai, Cecília dirigiu-se ao jardim... Antes que lá chegasse encontrou Álvaro, mas sequer respondeu ao seu cumprimento. Então o moço quis saber se ela se sentia ofendida por ele. Por estar triste, Cecilia não se dispunha a conversas, mas respondeu que ele não a magoara em nada. Mas Álvaro manifestou sua inquietação revelando que havia cometido uma falta... É claro que Cecília não entendia o que o rapaz dizia... Ele tratou de dizer que a havia desobedecido e a fez se lembrar do objeto que havia trazido do Rio de Janeiro para ela, aquele que ela insistiu que fosse por ele conservado...
Aos poucos ele revelou toda a sua façanha da noite anterior. Cecília garantiu-lhe que aquilo se tratou de um procedimento que jamais aprovaria e não via como o outro pudesse remediar a situação... A moça demonstrava que não aceitava que o ocorrido fosse de conhecimento de outras pessoas. Álvaro jurou pela própria honra que ninguém sabia daqueles episódios.
Cecília disse que a palavra dele não era o bastante e que não aceitava nada que não fosse dado pelo próprio pai... A moça exigiu que ele retirasse o objeto da janela, então Álvaro lamentou a situação respondendo que resgataria o objeto, que seria mantido por ele em segurança... Cecília entendia que o rapaz estava em uma situação delicada porque a amava. Talvez para não deixá-lo tão angustiado disse-lhe que “é tão doce esperar”... Ficou enrubescida ao dizer isso.
Aconteceu que ao virar o rosto, Cecília notou que a prima observava toda a cena que se desenvolvia ali... Assustada, ela deu um grito e entrou às pressas no jardim. Deixou escapar um jasmim que havia retirado dos cabelos. A flor foi resgatada por Álvaro, que a beijou suspirando... Ao levantar a cabeça o moço deparou-se com o olhar atento de Isabel... Também envergonhado ele deixou a flor cair. O jasmim voltou às suas mãos porque Isabel o pegou para devolvê-lo e, enquanto fez isso, disse-lhe que seu gesto era também “uma restituição”.
É claro que Isabel não poderia explicar onde teria encontrado coragem para dirigir-se ao amado e ainda “restituir-lhe” uma flor... Tremendo, seguiu para o quarto de Cecília e, ao revê-la, não teve coragem de fitá-la...
A rigor as duas ficaram sem palavras e permaneceram imóveis e sem se encararem por um longo instante. Olharam-se ao mesmo tempo e depois viraram o rosto em direção à janela... Cecília estava se sentindo envergonhada como se houvesse cometido uma falta grave. Do mesmo modo que não aceitava a situação, encheu-se de coragem e pediu para Isabel abrir a janela. A moça fez isso.
Cecília e Isabel mantiveram-se em expectativa, mas é claro que nada poderiam ver ali, pois, como sabemos, o presente de Álvaro havia sido atirado por Loredano para as profundezas do abismo. Isabel não conseguiu conter sua emoção e felicidade por não encontrar o objeto que comprovaria os sentimentos de seu amado pela prima... Ela não percebeu, mas sua feição e gestos estavam denunciando seu segredo... Cecília notou que ela escondia um segredo estancado... Isabel dobrou os joelhos e foi ao chão.
(...)
Isso tudo ocorreu ao mesmo tempo em que Peri prosseguia em sua busca pela índia floresta adentro... Restaurado em suas forças, seguia o mais rápido que podia e, como a outra se distanciava consideravelmente, Peri ia decifrando os “vestígios do caminho” (capim abatido, folhas secas espalhadas, galhos agitados, “pérolas do orvalho desfeitas”...). E por que o nosso personagem insistia em perseguir a índia inofensiva? Essa questão é explicada no texto original, mas não aparece na adaptação...
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

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