terça-feira, 23 de julho de 2013

Considerações sobre o "Museu da Gente Sergipana" - Aracaju

A visita a Aracaju entre a segunda e a terceira semanas deste mês rendeu alguns bons passeios... Entre eles o Museu da Gente Sergipana, que é motivo de orgulho para o povo de Aracaju e toda população do estado...
Os que visitam Aracaju e querem conhecer um pouco da cultura sergipana devem incluí-lo na agenda. O museu localiza-se na Avenida Ivo do Prado, 398, no centro da capital. A entrada é franca e o local pode ser visitado de terça a sexta-feira entre 10h00 e 17:00, e aos finais de semana (também durante os feriados) entre 10:00 e 16:00.
O prédio de 1926 abrigou a principal escola de Aracaju, o Pedro II (foi sede também da Secretaria de Educação do estado)... Ao longo do tempo teve algumas alterações em sua denominação... Permaneceu abandonado por muitos anos até passar por processo de restauração... Foi entregue à população no dia 26 de novembro de 2011. A obra rendeu à instituição o “Prêmio de melhor restauração - 2012”.
o prêmio
O governo do estado e o Instituto Banese (Banco do Estado de Sergipe) mantém o espaço, que é tombado pelo patrimônio histórico... O Atheneuzinho (como é carinhosamente chamado) tem sua conservação vinculada à sua utilização cultural. Este “museu de multimídia interativa” foi concebido nos mesmos moldes do Museu da Língua Portuguesa, localizado em São Paulo. A finalidade cultural a que está destinado favorece a atenção especial que ele merece. E isso contribui para a sua conservação.
Em seu piso térreo há algumas obras com destaque permanente. Há também um espaço para exposições temporárias; o “Mapa da Gente” permite a audição de depoimentos sobre as várias regiões do estado; no auditório há a exibição de documentário de curta duração, porém significativo para um reconhecimento da geografia do estado, seu povo, fauna e flora... A “Loja da Gente”, que também está no mesmo pavimento, é espaço bem organizado onde peças do artesanato local, Cds e Dvds podem ser adquiridos...
Tudo muito agradável... O “Café da Gente” complementa a “primeira interação”. Nele, o visitante pode degustar de pratos e sucos regionais. O funcionamento do café é de terça a domingo, de 10:00 até 20:00.
Todos os ambientes de exposição são devidamente esclarecidos por jovens estudantes que estão sempre dispostos a tirar dúvidas e a falar de curiosidades... É na parte superior do museu que estão os locais de maior interatividade. Podemos ver e ouvir um feirante (que aparece numa tela) anunciando suas mercadorias... Utensílios, brinquedos e outros objetos estão ali expostos. Então somos convidados a falar com ele (dizer o que pretendemos comprar em sua banca; o preço que estamos dispostos a pagar...). As respostas do feirante virtual levam-nos a entender um pouco da simpática persuasão ouvidas nas feiras...
Numa das salas encontramos três canoas... Elas estão numa espécie de túnel... Depois que nos acomodamos nelas inicia-se uma viagem virtual pelos ecossistemas do estado. Um espetáculo de “multivisão”... Sentimos como se as embarcações estivessem se movimentando pelas águas de rios da região. Dos dois lados contemplamos as paisagens geográficas do estado. Os passageiros percorrem desde a zona da mata até o árido sertão. Os ruídos da natureza fazem o “fundo musical”. Exemplares da flora e da fauna se sucedem conforme “navegamos” pelos diferentes ambientes... Assim, nos encantamos com as aparições do cachorro do mato, lobo guará, tamanduá, teiú, araras azuis, cascavel...
O visitante pode conhecer as festas populares e a culinária locais brincando... Há uma mesa em que somos desafiados a “mandar para a panela” (é tudo virtual, mas ao final vemos a receita) os ingredientes dos principais pratos... Ao acionarmos o pião de fieira (sobre o “tampo de um barril”) vemos imagens de pontos turísticos... O jogo da amarelinha propicia um contato com festas folclóricas apresentadas em vídeos (para cada “casa” da amarelinha, uma festa diferente)... Na mesma sala está um jogo de memória gigante em que objetos diversos da cultura sergipana formam os pares da brincadeira...
Esses objetos se revelam também em um escuro labirinto... Ao contemplá-los, ouvimos narrativas de “causos” que marcam o folclore sergipano. O labirinto está numa sala contígua à do carrossel.
O clássico carrossel que por muito tempo foi instalado em praças do estado é rememorado por um aparelho que lembra aquele equipamento. Enquanto o seu mecanismo é girado pelo monitor, a saudosa música que embalava o divertimento é tocada e (ao mesmo tempo) imagens das praças são projetadas em três telas (270°).
Há um grande painel que apresenta uma linha de tempo bordada em renda irlandesa. Datas e acontecimentos da história do país e da história de Sergipe estão destacados. Nessa seção estão dispostos acessos a vídeos em que personalidades sergipanas (que o museu chama de “nossos cabras”) têm seus retratos animados e, assim, revelam-nos um pouco de sua biografia e engajamento na história local. Entre esses “cabras”, estão o artista plástico Arthur Bispo do Rosário, o cangaceiro Lampião e o filósofo e poeta Tobias Barreto.
À exceção do ambiente em que fazemos a “navegação pelos ecossistemas sergipanos”, todos os demais e suas instalações podem ser fotografados... E não é só isso. O visitante pode entrar em cabines para ler um cordel ou desafiar um repentista consagrado... As duas atividades podem ser gravadas e publicadas no Youtube.
É muito conhecimento!
É muita interação e aprendizagem para a criançada. E para os adultos também.
Parabéns ao povo sergipano.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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