quarta-feira, 15 de junho de 2011

Capitalismo e Socialismo - Considerações sobre o capítulo VI do Manual de Sociologia de Jay Rumney & Joseph Maier - Segunda Parte

Talvez seja interessante você acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/06/consideracoes-sobre-o-capitulo-vi-do.html antes de ler esta postagem. O texto não está lá “grande coisa”... Em todo caso é um registro.


O CAPITALISMO E O SOCIALISMO
O texto que é o principal objeto do estudo nos dá várias definições desses dois modelos econômicos. Podemos afirmar, em poucas palavras, que a caracterização do Capitalismo está na posse privada dos meios de produção (terras, fábricas, bancos) e que a produção tem fins lucrativos. Assim, alguns distúrbios – como a exploração da classe de trabalhadores – foram e são notados atualmente nesse modelo. Ao tempo da primeira fase da Revolução Industrial (1750-1830) os trabalhadores, entre os quais encontravam-se mulheres e crianças, sofreram tremenda exploração. Como não havia leis que regulamentassem o trabalho nas fábricas as jornadas impostas eram enormes, as condições de trabalho péssimas e os salários muito baixos. Toda essa exploração garantia altos lucros aos empresários. A situação dos trabalhadores era tão ruim que sua classe social foi denominada proletariado. Podemos afirmar mesmo que o trabalhador das primeiras indústrias vivia tão mal que as únicas propriedades que possuía eram a sua força de trabalho que era trocada pelo pequeno salário oferecido pelo patrão e a sua prole para sustentar.
É claro que toda essa situação gerou conflitos sociais. O proletariado se organizou e lutou por melhores salários, condições de vida e de trabalho Muitos economistas e intelectuais perceberam as injustiças da sociedade liberal e passaram a propor alterações. Alguns acreditaram que os patrões poderiam ser benévolos e que concederiam certas garantias ao trabalhador para que, além de viver melhor, produzisse mais. Karl Marx e Friedrich Engels desenvolveram estudos sobre a evolução do capitalismo e chegaram às conclusões acerca da revolução proletária e do Socialismo. Assim, os principais meios de produção passariam para as mãos do Estado e as desigualdades sociais seriam minoradas. O tempo passou e notamos que o marxismo conquistou muitos seguidores em todo o mundo. Diversos países passaram por processos revolucionários e adotaram esse modelo econômico. Alguns outros, principalmente a maioria do leste europeu, vivenciaram a administração soviética após a segunda guerra mundial e aos poucos se tornaram repúblicas “democráticas e socialistas”. Até o final da década de 1980 a ordem mundial esteve mesmo estabelecida por essa bipolarização e por conflitos (a guerra fria) que nos fazem pensar que um modelo econômico não pode mesmo conviver com o outro.


O maior golpe que o Capitalismo sofreu talvez tenha sido mesmo o de 1929, quando ocorreu a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque. A crise foi mundial porque o Capitalismo não tinha os mecanismos de proteção que tem hoje. Milhares de empresas e bancos faliram os trabalhadores ficaram sem emprego. Por esse tempo foi definida a idéia de John Maynard Keynes, que achava que somente as leis de mercado eram insuficientes para garantir um bem estar mínimo para todos. Os liberais tiveram de aceitar a intervenção do Estado. Foi essa instituição que salvou a todos, pois vários bancos e empresas foram assumidas por governos e empregos foram criados.
O significado atual que o texto apresenta para o Socialismo é o de “um sistema econômico que permite a propriedade privada de empresas industriais, ao passo que as indústrias básicas são consideradas como de utilidade pública”. Aqui, podemos fazer referência à questão se podemos pensar socialmente em um capitalismo socialista e democrático. O texto nos dá alguns exemplos de experiências em países capitalistas (inclusive a Inglaterra governada pelos trabalhistas) em que algumas garantias sociais mínimas foram conquistadas. Na verdade o contexto que havia na época em que o texto estudado foi escrito já não existe. Naquela época havia uma necessária interferência do Estado na Economia. O colapso vivido pelas sociedades capitalistas modernas após a queda da Bolsa de Nova Iorque trouxe profundas demandas sociais, economistas defenderam o “estado do bem estar social mínimo”. Porém já faz mais de trinta anos que há uma tendência econômica – podemos chamá-la de Neoliberalismo – que não dá grande importância à participação do Estado (que deve ser “mínimo”). O que notamos é que o Capitalismo deve encontrar algumas saídas para as desigualdades sociais acentuadas pela concentração de riqueza nas mãos de uma pequena camada social enquanto que grande parte vive na penosa linha de pobreza.
Há uma parte III.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/06/consideracoes-sobre-o-capitulo-vi-do_16.html
Leia: Manual de Sociologia. Zahar Editores.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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